A oração sacerdotal de Jesus, em João 17, é muito mais que uma oração, é uma verdadeira expressão do amor de Deus por nós, Seu plano e propósito para as nossas vidas e como está no coração do Pai o nos unir a Ele e expressamos a unidade.
A primeira coisa é como Jesus inicia a oração. Acaba de instruir os discípulos, ergue os olhos e inicia a Sua conversa com o Pai. Não usa de palavras rebuscadas, não Lhe dirige palavras que denotam o poder e a autoridade, mas simplesmente, revelam comunhão, compromisso mútuo, conhecimento e reconhecimento do papel que tem, do que é esperado Dele, do que espera dos discípulos e do Pai.
Ele fala de glória, de ser glorificado, e o faz um pouco antes de ser crucificado como malfeitor. Nisto e nesta atitude podemos observar que quando se fala de glória, sob a perpectiva do nosso Deus, é muito mais e muito diferente do que esperamos em termos de glória sob a perspectiva humana. Ele demonstra o conhecimento, o compromisso com a vontade do Pai, independente do que iria passar. A vontade do Pai está muito acima da Sua e do Seu querer. Ele veio para cumprir um propósito e este estava para ser consumado.
Diante do que iria passar, Ele não demonstrou preocupação com consigo, mas sim com os discípulos que estavam ali e com todos os que viriam a crer em Seu nome, como expressa ao Pai: ” Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17:20-23).
Podemos observar neste pequeno trecho o aspecto muito importante de nos incluir em toda a história e plano eterno do Pai para os homens. Não simplesmente nos chama para sermos filhos, nem somente servos (embora tenha nos comprado por um preço muito alto), mas nos chama para participar do Seu plano e propósito. Ele nos inclui na história, nos chama para nos comprometer com o plano do Pai, Ele nos chama para sermos um, para revelarmos a Sua glória, nada mais, nada menos que isso. Fazemos, por causa da Sua graça, por causa do Espírito Santo que vem em nós fazer morada, participantes do conselho de Deus.
Como Jesus desempenhou o Seu propósito neste mundo, assim, como o Espírito cumpre o propósito estabelecido, de convencer o mundo do pecado e do juizo, temos o papel de revelar, manifestar, expressar o reino de Deus neste mundo por meio da igreja.
O Senhor é glorificado em nós quando cumprimos o nosso papel como igreja, como embaixadores do reino, quando vivemos a unidade, expressamos o amor de Deus aos homens por meio de nossas obras, revelamos e transmitimos a glória de Deus aos homens.
A verdadeira expressão de compromisso com o reino é quando tornamos a oração de Jesus uma realidade em nossas vidas, como individuos e como igreja. Nos comprometemos individualmente com o plano e propósito do Pai, e expressamos este compromisso no coletivo por meio da igreja, a noiva, o corpo de Cristo.
Precisamos entender e nos comprometer com o reino dentro da vontade e do plano do Pai e não como achamos que devíamos fazer. Existimos para a glória de Deus, assim como Ele nos glorifica quando nos submetemos à Ele. Somos filhos, existimos para glorificar o nosso Deus, para expressarmos Sua vida.