Temos na parábola das dez minhas, que está no evangelho de Lucas, capítulo 19, do verso 11 ao 27. Nesta fala dos servos, da performance destes no serviço ao seu senhor, do resultado que colheram; mas também destaca um grupo de pessoas que não queriam que este reinasse sobre eles, e que parcialmente está transcrito a seguir: “Então, disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte. Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.” (Lucas 19:12-14, BEARA).
Esta parábola foi contada por Jesus quando ia para Jerusálem, para a páscoa, e seria crucificado. Temos neste período quatro ocasiões que foi chamado de rei, quando a multidão o proclamou, na sua entrada, usando um jumentinho, por Pilatos, Herodes e na cruz. Na cruz houve a declaração clara que não queriam que Ele reinasse.
Mas, esquecendo Herodes, Pilatos e os religiosos que foram responsáveis pela crucificação; e nós? O que de fato temos declarado com relação ao senhorio de Jesus? Queremos que Ele reine sobre nós? Ou o que temos expressado de fato representa que não desejamos o Seu reinado sobre as nossas vidas?
Somos, e nos colocamos, como servos do Senhor Jesus, reconhecemos o Seu Senhorio sobre as nossas vidas, através de nossas palavras. Jesus disse que nos chamava de amigo, e não de servos, mas por que ele disse isso? Porque obedeceríamos aos seus mandamentos, e Ele nos faz conhecer todas as coisas. Mas mesmo diante deste cenário, somente reconhecemos o Senhorio de Jesus pelo que fazemos, como obedecemos aos mandamentos que Ele determinou.
A expressão de amor a Ele está no fazer o que Ele nos fala, não é isto que está em João? “Quem me ama obedece aos meus mandamentos”. Onde está a questão de obediência, de dependência? No reconhecimento que não podemos ser senhores de nós mesmos, não podemos determinar o nosso destino, o nosso tempo de vida e nem estabelecer a nós como deuses de nós mesmos.
Precisamos entender que não podemos e não somos isolados; mas fazemos parte de uma comunidade, onde, todos, sem exceção, estão e são unidos pelo Espírito Santo. E o que caracteriza esta união é a dependência da soberânia de Deus e da submissão a Ele. Se não existe esta submissão, não existe senhorio de Jesus em nossas vidas, não existe união, não existe corpo e não há a unidade e, também, não existe obediência, e nem amor.
Nós não podemos e nem devemos separar e departamentalizar os assuntos. Tudo está ligado, tudo faz parte da família de Deus, dos valores do reino de Deus. Viver o reino, implica em obediência, em cumprir os mandamentos (ou seja, as regras e valores que fazem parte da natureza de Deus). Se permanecemos neste mundo andando segundo a natureza humana, os valores humanos, carregado de todo egoísmo, orgulho,arrogância e tantas outras características que fazem parte da vida humana, o que estamos de fato declarando em alto e bom som é: “Não queremos que reine sobre nós”; esta é uma verdade pura e simples.
Agora; se fazemos morrer a natureza humana, e deixamos que a vida de Deus, a natureza de Deus se revele em nós, o que expressamos é: “reine sobre nós”. E isto não depende do que falamos; mas sim, do que fazemos. O arrependimento, que é a mudança de atitude, a conversão, que significa uma guinada, uma volta em nossa vida, reflete em nossos atos que reconhecemos o Senhorio de Jesus, que Ele é Rei e que queremos que reine sobre nós.
Então vamos refletir com relação as nossas atitudes, no que fazemos, no que falamos para as pessoas, como expressamos, se de fato temos declarado que Jesus é o Senhor sobre nós.
Caso queira, poderá, também, ouvir esta reflexão: