Usamos muito o termo “andar nas trevas” e “andar na luz”; mas o que significa de fato isto no nosso dia a dia? Isto que precisamos ter entendimento, o discernimento, o conhecimento para não vivermos uma vida religiosa, carregada de sofismas que na prática do dia a dia não tem significado algum para nós.

O que significa trevas? Nada mais nada menos que ausência completa e total de luz? Imaginemo-nos em um cômodo desprovido de qualquer luz, e sem a possibilidade de entrar qualquer luz para nos trazer o entedimento, a visão, o discernimento do ambiente que estamos. Imaginou? Não conseguimos enxergar um milímetro daquele ambiente, não é verdadade? Em termos espirituais significa a mesma coisa. Ou seja, não termo so entendimento, não termos o discernimento e compreensão do que está acontecendo a nossa volta ou mesmo conosco no que tange a realidade espiritual que estamos inseridos.

Jesus, como afirmou sobre o seu ministério, disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” (Lucas 4:18-19, BEARA)

A restauração da vista quer dizer trazer o entendimento, trazer luz sobre a realidade espiritual para que a liberdade fosse algo possível, eliminar a cegueira espiritual. Quando somos cegos, não podemos vislumbrar a liberdade que nos é oferecida; mas quando conhecemos a luz e compreendemos a nossa realidade, onde estamos inseridos, o modelo de vida que temos; então compreendemos que estamos cativos. Cativos por valores que nos escravizam, que nos impedem de andar e viver segundo uma realidade espiritual que Deus planejou e desejou para todos os homens. Andar na luz significa compreender esta libertade, ser capaz de compreender a realidade espiritual e não se deixar escravizar por práticas e atitudes que são contrárias a natureza de Deus que nos é concedida quando nascemos de novo, quando nos arrependemos do tipo de vida que vivemos e nos voltamos para Deus para compreender a sua vontade, seu desejo e cumprir o seu querer.

João escrevendo sua carta afirmou: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1:5-10, BEARA).

Andar com Deus, viver segundo a verdade divina, não quer dizer que não pecamos; mas simplesmente que não vivemos na prática do pecado (não vivemos de forma contrária a natureza de Deus). Ao termos o entendimento, o discernimento de como Deus deseja, como Ele vive, nós arrependemos, mudamos de atitude, ou seja, deixamos a prática do pecado, e voltamos para as obras que são de Deus.

Quando temos a consciência do pecado, de que algo desagrada a Deus e continuamos a pecar, ou seja, a fazer aquilo que sabemos que não é da vontade de Deus, implica que ainda somos escravos do pecado, não amamos a Deus, não honramos o seu nome, e que estamos andando nas trevas.

Viver na luz, é praticar as obras que revelam as virtudes de Deus. Quais são as obras que revelam as virtudes de Deus? A demonstração de compaixão, a manifestação da graça, o conceder o perdão, não fazer acepção de pessoas, não desprezar as pessoas, não subornar, não enganar, não roubar, defender e respeitar o direito do próximo, não ser indiferente para com as pessoas; cuidar de órfãos e viúvas, honrar as pessoas; não difamar, não falar mau e assim, tantos outros “não” que sabemos que não são segundo a natureza de Deus.

Andar na luz é revelarmos pelas nossas obras, as virtudes de Deus. Quando manifestamos as obras de Deus, então trazemos a luz ao mundo; por isso Jesus disse que somos a luz do mundo. Nós somos os responsáveis por estabelecer o padrão de Deus neste mundo, caso contrário para nada servimos.