Entendendo a nossa vocação

Paulo escrevendo aos tessalonicenses afirma o seguinte: “Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé,” (2 Tessalonicenses 1:11, BEARA).

Agimos neste mundo como se do mundo fôssemos. Colocamos os propósitos de nossa vida como o objetivo maior. Transformamos a nossa profissão como a meta de vida, achamos que formar, estudar, ser bem sucedido no trabalho é a coisa mais importante. Precisamos entender que não podemos pensar e nem agir como as pessoas que não tem o conhecimento de Deus. Estas metas não são o fim em nossas vidas; mas sim, os meios disponibilizados por Deus para cumprirmos o propósito supremo de nossas vidas. Nossa meta não é revelar prosperidade, manifestar sucesso.  Precisamos entender que estas coisas são o meio para cumprir a nossa missão, e vocação.

Não estamos aqui, depois de termos sido chamados por Deus para sermos médico, engenheiro, administrador, advogado, gerente, pedreiro, empresário. Estamos neste mundo, para sermos agentes de transformação, de revelação das verdades espirituais, estamos aqui para cumprir uma vocação superior como filhos de Deus, como Pedro escreveu: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9, BEARA).

Como revelar e cumprir esta vocação? Isto que precisamos compreender e entender. O primeiro aspecto importante, é que fomos capacitados, recebemos de Deus toda a capacitação que necessitamos para cumprir o chamado ( nossa vocação), conforme Pedro escreveu em sua segunda carta: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,” (2 Pedro 1:3-4, BEARA).

A forma de cumprir este chamado da maneira que agrada a Deus é a santificação, o desenvolvimento da salvação com temor e tremor diante do Criador, e precisamos entender que não é uma opção, não é uma alternativa; mas condição natural para quem foi feito Seus filhos. É nosso papel revelar o reino de Deus entre os homens, e fazemos isso no nosso dia a dia, nos relacionamentos que desenvolvemos, nas atitudes que tomamos, nas palavras que proferimos, nas reações que manifestamos. Como filhos temos a obrigação natural de rejeitar as paixões segundo a natureza humana, precisamos fazer esta morrer, para que a natureza divina seja revelada em nossos membros, por isso Paulo escreveu em sua carta aos romanos:  “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. ” (Romanos 12:1-2, BEARA).

O verdadeiro culto, a verdadeira adoração, a manifestação da honra, do amor ao nosso Deus está no cumprirmos o nosso papel neste mundo, revelando a sua natureza através de nosso corpo, nossos membros. Isto não é uma opção, é a nossa vocação natural por sermos filhos. E, portanto, como filhos não podemos revelar uma vida contrária a natureza de Deus, ou seja, uma vida de pecado; mas sim, realizarmos as obras de justiça de Deus  para a glória e louvor do nome de nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.  É vivermos neste mundo como cidadãos do reino; fazendo a vontade de Deus se cumprir na terra.