No que desprezamos a Deus?

Deus falando aos sacerdotes por meio de Malaquias afirma o seguinte: “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? — diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?” (Malaquias 1:6, BEARA).

Como podemos desprezar? Que tipo de culto temos prestado a Deus que demonstram que o desonramos em nossos dias? Na época de Malaquias o desprezo pelo culto ao Senhor estava em como o conduziam, ou seja, o tipo de oferta, o tipo de animal que ofereciam. A lei determinava o tipo de animal que deveria ser oferecido; mas estavam oferecendo animais doentes, com defeito e não conforme determina a instrução aos sacerdotes. Estava sendo oferecido o que não prestava, o resto, a sobra, o que não tinha utilidade; e não as primícias sem defeito.

Bom! Vamos entender a nossa situação, a luz do evangelho, novo testamento. Um aspecto que precisamos entender é que não existe um grupo específico de pessoas para exercer o sacerdócio. Todos que nasceram de novo, que conheceram a Deus, que entregaram as sua vidas a Jesus, são sarcerdotes, conforme podemos ler na primeira carta de Pedro, onde ele afirma que, como povo de Deus, somos sacerdócio real.

Sendo sacerdotes como podemos desprezar a Deus? Nós não oferecemos sacríficios de animais, não cumprimos a lei; mas andamos segundo os mandamento de Jesus. Todo sacrifício na nova aliança foi abolida. Sim, todo o ritual conforme a lei, no novo testamento, foi abolido. Tudo era sombra da realidade que se revelaria em Cristo Jesus. Isto quer dizer que podemos estar oferecendo sacrifício que esteja cheio de defeito e que não é agradável a Deus e que demonstram que estamos desprezando a Deus.

Paulo na carta aos romanos afirma o seguinte: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1, BEARA). Com esta solicitação, fica para nós claro que o sacrifício ainda existe; não da mesma forma. Agora não oferecemos animais; mas sim a nós mesmos. E oferecemos um sacrifício vivo e não o derramamento de sangue como era no ritual da antiga aliança.

O que significa oferecer o nosso corpo com o sacrifício vivo?  Simples. Quando oferecemos a nós mesmos, o que somos em favor do reino de Deus, com o propósito de cumprir e revelar a vontade do Pai. Vamos entender. Somos nação santa, sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus, como Pedro escreveu em sua carta. Somos cidadãos do reino de Deus, somos embaixadores de Cristo, temos a incumbência de levar a reconciliação dos homens com Deus, conforme Paulo escreveu em suas cartas. Temos o papel de revelar as virtudes de Deus, como Pedro afirmou. Temos; portanto, a obrigação natural de cumprir a vontade de Deus neste mundo, de andar neste mundo como cidadãos do reino de Deus, revelando o reino de Deus no presente século; e assim cumprir a oração do Pai nosso: “seja feita a Sua vontade assim na terra como nos céus”.

Tendo este entendimento que somos responsáveis por revelar e cumprir a vontade de Deus e que só realizamos isso quando oferecemos os nossos corpos como sacrifício vivo; então quando não realizamos este querer de Deus, estamos de fato desprezando a Deus, desonrando o seu nome, e não cumprindo o nosso papel neste mundo. Mas como fazemos isso?

A verdadeira religião como Tiago afirmou em sua carta é visitar órfãos e viúvas. O sacrifício que agrada a Deus e exercermos justiça, juízo, revelarmos compaixão, graça, misericórdia para com os homens. É conforme Jesus disse: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. Amar ao próximo como a nós mesmos é não pecar contra o próximo. Quando pecamos? Quando somos egoístas, orgulhosos, arrogantes, hipócritas, mentirosos. Quando negamos a justiça, quando não repartimos, quando exercitamos a avareza. Quando focamos nas coisas temporárias e não nas eternas. Quando não perdoamos, quando carregamos o ódio e a raiva para com as pessoas.

Quando escolhemos manter as nossas vidas e não obedecer a Jesus, que disse que deveríamos negar a nós mesmos, tomar a cruz e segui-lo, ou seja, nos oferecer como sacrifício vivo; estamos de fato desprezando a Deus e a sua vontade. Estamos andando segundo o nosso coração.

Desprezamos a Deus quando escolhemos viver neste mundo, segundo os valores temporários deste mundo e não andamos por valores eternos. Desprezamos, quando decidimos que ser semelhante a Jesus é uma opção, quando amar o próximo é uma opção, quando servir aos outros é uma alternativa, quando deixar os outros passar necessidade enquanto podíamos socorrer é uma condição. Desprezamos a Deus quando achamos que o sermão da montanha é uma opção e não um compromisso de vida neste mundo segundo o coração de Deus.

Olhando sobre esta perspectiva, temos desprezado a Deus?