Podemos observar nesta passagem do livro de Jonas a misericórdia e a compaixão de Deus se revelando para uma cidade e a postura de Jonas que foi capaz de ter compaixão por uma planta; mas não por vidas humanas: “2 E orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. 3 Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver.” (Jonas 4:2-3). “10 Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; 11 e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?”. (Jonas 4:10-11).
Quantos de nós e quantas vezes revelamos o mesmo sentimento? Somos egoístas, falta em nós um coração que revela compaixão para com aqueles que estão perdidos, cegos e cativos pelo domínio do pecado. Não compreendemos o nosso papel como embaixadores do reino de Deus e nem como filhos de Deus. Temos a incumbência de revelar as virtudes de Deus; mas manifestamos juizo e condenação sobre a vida das pessoas. Não agimos em seu favor, não clamamos; mas desejamos em nosso coração a condenação das pessoas que nos perseguem, que nos difamam, que querem o nosso mal. Não compreendemos que estão na mesma situação dos habitantes de Nínive.
Temos muito que aprender, temos muito que rever em nosso posicionamento e nas atitudes que revelamos comparado com Jesus a quem declaramos servir e honrar.
Confrontar os nossos sentimentos, os nossos valores e compará-los com a atitude de nosso Deus e nosso Senhor é extremamente importante para vivermos o reino de Deus, sua vontade e o seu querer. Não se trata da nossa vontade, do nosso pensamento e nossas atitudes carnais (pensamento segundo o mundo); mas sim, é uma questão de refletirmos quem somos, o que Deus fez por nós, e o que devemos revelar neste mundo como expressão, como represantes, como embaixadores, como nação santa, como povo de propriedade exclusiva de Deus. Não se trata da nossa vontade; mas do revelar a natureza, as virtudes do Deus.
Compaixão pelas vidas não é algo natural da vida humana, não está em nossa natureza; mas é algo que recebemos de Deus, da natureza de Deus que nos foi dada em Cristo Jesus. Quando Paulo e os demais apóstolos, assim como Jesus fala que devemos fazer morrer a natureza humana, que devemos negar a nós mesmos, que devemos ser santo é sobre este aspecto que devemos considerar.
Para que a compaixão seja algo natural em nós, como filhos de Deus, devemos fazer morrer a natureza humana que é terrena e demoníaca. Se não compreendermos sobre este aspecto; não cumpriremos o nosso papel neste mundo como foi planejado pelo nosso Senhor.
É responsabilidade e compromisso individual de cada membro do corpo com o Criador. Mas a expressão deste compromisso individual se revela por meio da igreja, o corpo de Cristo. Precisamos amadurecer, precisamos ter atitudes voltadas para a santificação para que a vida de Deus se revele aos homens como Ele sempre planejou.