Precisamos parar e analisar o conteúdo de nossas orações, o que pedimos, porque pedimos, qual a motivação da oração que fazemos. Podemos estar agindo como uma pessoa que não conhece a Deus, ou como um egoísta que só pensa em si mesmo e nas suas necessidades, como se Deus fosse esquecer de alguma coisa, como Jesus falou: “…. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. ” (Mateus 6:5-8, BEARA)

Por que devemos orar? Para lembrar Deus do que Ele tem que fazer? Ou para nos lembrar de nosso papel e responsabilidade como cidadãos do reino, perante o nosso Deus e os homens?

Como tem sido a oração que temos feito? O que temos pedido? Por quem temos intercedido? Qual a motivação de nossa oração e do tempo que oramos?

Se a nossa oração tem sido voltada para nós, para as nossas necessidades, para que Deus nos abençoe, para que nos guarde, para que supra os nossos desejos e vontade, para que abençoe o que estamos fazendo, estamos orando corretamente? Por que temos pedido por estas coisas? Devemos ficar repetindo, repetindo, repetindo sempre as mesmas coisas, como se Deus precisasse ser lembrado ou para que não esqueça de nossa causa? Se temos orado somente para nós, para as nossas necessidades e desejos; devemos rever a oração que estamos fazendo e avaliar profundamento a nossa motivação e o quanto estamos sendo egoístas. Precisamos lembrar que devemos colocar todas as coisas diante de nosso Deus; mas temos que reconhecer também, que Ele tem cuidado de nós, e que sabe de tudo que precisamos mesmos antes de pedirmos, e que nos concederá não o que queremos; mas sim, o que necessitamos e precisamos para o nosso crescimento e amadurecimento. Se estamos pedindo por dinheiro, por uma casa maior, por aparência, podemos ter a convicção que dificilmente irá nos atender, exceto se ele tem um propósito claro para nos ensinar.

Temos orado diante de Deus pedindo pelas pelas pessoas, para que sejam curadas, resgatadas do poder das trevas, que conheçam a salvação? Se temos orado por estes motivos, estamos no caminho certo; mas qual o propósito deste tipo de oração, de orarmos pelos outros, orarmos pela nação, pelos dirigentes, pelo mundo? Para lembrar Deus? Não, para nos lembrar. Para lembrarmos quem somos, o nosso papel como cidadão do reino, como sal nesta terra e luz neste mundo. Devemos pedir não só para que levante e sensibilize mais pessoas; mas também, para que sejamos sensibilizados pela desgraça e sofrimento alheio; para que como cidadão do reino de Deus, possamos revelar a bondade, misericórdia, graça, compaixão para com os homens. Se deixarmos de orar Deus irá deixar de fazer algo por estas pessoas? Não; mas nós com certeza deixaremos de agir como cidadão do reino. A oração é uma grande fonte de conhecimento de nós  mesmos e para compreender onde estamos na questão do amadurecimento espiritual.

Isto é, quanto menos oramos por nós mesmos, para as nossas necessidades, mas expressamos gratidão pelo que Deus tem feito e provido, e quanto mais oramos pelos outros, pelas nações, pela igreja; mais estamos amadurecendo; pois estamos tirando o foco de nós mesmos e olhando para os outros e suas necessidades.

Agora, quando estamos orando pelos nossos inimigos, por aqueles que nos ofendem, nos maltratam; mais temos expressado a graça de Deus. Quando mais clamamos para que o Senhor tenha misericórdia deles; mais aprenderemos a ter compaixão e expressaremos o amor de Deus, revelando graça

Quando chegamos a este ponto e expressamos com sinceridade diante do Criador este pedido; e quanto mais respondemos em ação de paz e expressão de amor, suprindo as necessidades destes; mais o nosso Deus será conhecido e a sua graça irá alcançar o mundo. Precisamos compreender que a oração não é um foco para mover Deus; mas sim, para nos mover na direção daqueles que necessitam, daqueles que precisam conhecer e compreender o amor de Deus que é expresso por nosso intermédio. Quanto mais oramos pelas pessoas; mais seremos capazes de expressar misericórdia; pois veremos as nossas vidas, o que somos como pecadores, espelhado na vida de cada um por quem oramos. E ao fazermos isso, desejaremos ardentemente expressar Deus por meio de nossas vidas; pois conhecemos da graça e do amor de Deus, e somos o único instrumento disponível por Deus para que Ele se torne visível aos homens. Diante da oração aprenderemos a nos conhecer e a compreender que somos o único instrumento usado por Deus para que Ele se torne uma realidade na vida das pessoas. Precisamos amadurecer e tornar Deus visível, através de nossos atos, a todos os homens, em todo lugar.