“Preocupação” com o servo alheio

Há uma falta de entendimento tão grande na igreja quanto ao nosso papel, quanto ao que fazer e o nosso compromisso com Deus e com o próximo. Agimos muitas vezes como juiz, usamos indevidamente o próximo com parâmetro de comparação, julgamos, condenamos; e esquecemos que o nosso papel, o nosso compromisso é com o nosso Deus e com a sua igreja para a edificação. Vamos a uma situaçaõ vivida por Pedro com Jesus, quando ele pediu a Pedro para cuidar do rebanho. Qual foi a postura de Pedro com relação ao João: “Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este? Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.” (João 21:21-22, BEARA).

Precisamos compreender a questão do compromisso com Deus, nosso Pai, e com o nosso Senhor Jesus. Primeiramente é de seguí-lo, cumprir com a sua vontade, obedecer aos seus mandamentos, permanecer nele de forma a obra que Ele tem para nós e desempenharmos no corpo o nosso papel.

O que o Senhor está fazendo na vida do outro, como está fazendo, o que está ensinando, como está revelando a sua vontade não deve ser a nossa “preocupação”, devemos sim, preocupar em fazer o que o nosso Deus nos manda fazer quando ele determina para fazermos. Se é para dar uma palavra, se é para ajudar, se é para contribuir, devemos fazer, conforme Deus determina para ser feito. E não colocarmos condição a nossa ajuda, o suportar, o ser um instrumento para a edificação da vida do outro.

Precisamos ter o entendimento claro que não estamos aqui, como membros do corpo de Cristo, para julgar, condenar e determinar o que o irmão deve fazer; devemos ser sim, sensíveis ao que o Espírito determina; e sermos o instrumento que Deus deseja que sejamos neste ato de sermos servos uns dos outros, de instrumento para edificação um do outro em amor.

Agora quando fugimos do nosso papel que temos que desempenhar, passamos a ser instrumento do Diabo para condenação, para julgalr e condendar quem não devemos, como Paulo escreve em sua carta aos Romanos: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. ” (Romanos 14:1-4, BEARA).

O nosso irmão não é parâmetro, nem sua atuação para julgarmos a nós mesmos como bons, maduros e que o outro é imaturo. Não estamos aqui, como membros do corpo, para determinar que o outro conhece ou não conhece a Deus, é salvo ou não é salvo. Estamos e vivemos na igreja para sermos instrumentos de edificação, admoestação, correção, incentivo, para trazer anânimo; mas sempre e com base no que o Espírito determina e não por acharmos que temos a “obrigação” de fazer. Embora tendo o conhecimento e compreensão, nem sempre somos o melhor instrumento para ajudar, suportar o outro em suas necessidades.

Precisamos compreender o que Jesus disse a Pedro: “quanto a você, siga-me”. E seguir a Jesus, ser seu discípulo, implica em ser seu imitador, morrer para nós mesmos (negar-nos), tomar a cruz e usarmos os nossos membros para a edificação, para o crescimento, para o fortalecimento da igreja, para nos oferecermos a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável.

Estamos aqui para cumprir e obedecer o Espírito para a edificação da igreja e não como instrumento do Diabo que busca a discórdia, a separação e o atendimento da necessidade pessoal.