Aparentemente há uma contradição entre graça, e o cumprimento de mandamentos. Jesus por diversas vezes expressa uma situação sobre o cumprir os mandamentos, como ele afirmou nos textos a seguir: “Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam! ” (Lucas 11:28, BEARA), por favor, guardar não é memorizar, é obedecer, é viver segundo estes mandamentos. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” (João 14:21, BEARA).
Quando falamos que vivermos debaixo da Graça de Deus, muitos têm entendimento que podem pecar, que pode viver uma vida fora do propósito de Deus que Ele perdoa. Este entendimento é equivocado. Conhecem a salvação, compreendem o plano de Deus, mas não se submetem a vida de Deus e nem ao senhorio de Jesus Cristo, achando que suas vidas são para serem vidas como lhe apraz, e que Deus no final irá perdoar.
Achar que uma vida de santificação é opcional, que a salvação é algo gratuito e que ela não tem nada a ver com uma vida que deve andar segundo o propósito e plano de Deus, que está desvinculada de uma vida de santificação é ledo engano. A salvação é pela graça; é misericórdia de Deus revelada a nós homens. Mas a confirmação da salvação é resultante dos frutos e da vida que vivemos. Dizermos que conhecemos a Deus, que recebemos da salvação e continuarmos a viver uma vida de pecado, fora do propósito de Deus, estamos enganando a nós mesmos, e ainda não conhecemos a Deus, como João escreveu: “Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou. ” (1 João 2:3-6, BEARA).
Salvação, graça, obediência, vida de santificação está tudo entrelaçado e tudo faz parte do mesmo pacote de reconciliação de Deus com os homens. Não dá para dizer que temos a salvação e não andarmos em uma vida de santificação, buscando a vontade de Deus, aperfeiçoando para a glória de Deus.
A santificação não é uma opção é algo natural, normal de quem recebeu a vida e a graça de Deus pela reconciliação com Ele por meio de Jesus Cristo. Morremos com Cristo para este mundo, para o pecado. Agora não podemos mais viver uma vida de pecado; mas sim, temos que viver uma vida segundo o coração de Deus. Isto não é uma opção, é condição natural de quem recebeu a salvação do Criador.
Como Paulo afirmou: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” (Romanos 6:1-4, BEARA)
Estar na luz, andar na luz, fazer parte da família de Deus, depender da graça, exige de nós uma vida segundo o coração de Deus, onde revelamos, pelos nossos atos e palavras o nosso conhecimento do Criador e expressamos, pelo amor que revelamos o conhecimento de Deus. Dizer que ama a Deus e não ama aqueles que estão próximos; então, estamos negando que conhecemos a Deus: “Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos. ” (1 João 2:9-11, BEARA).
Como João afirmou em sua carta: “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (1 João 4:16-21, BEARA).
Graça não é permissividade, não é fazermos o que quisermos e quando quizermos; mas sim, vivermos, reconhecendo que dependemos de Deus para viver uma vida que lhe agrada, uma vida de santificação, nos esforçando, na dependência do Espírito, para viver segundo a vontade expressa do Pai, declarando em todo o tempo a nossa morte com Cristo na cruz.