Somos mais dignos de receber perdão?

Diante da pergunta de Pedro sobre quantas vezes deveria perdoar alguém, se sete vezes; Jesus respondeu que setenta vezes sete. Após esta afirmação, ele contou uma parábola de um servo que devia trezentas toneladas de moeda de prata ao seu senhor. Depois do servo clamar por perdão, ele o perdoou; pois era uma dívida impagável. Já este servo, após receber o perdão, encontrou um conservo seu que devia cem moedas de prata. Qual foi a atitude dele para com o conservo? Não perdoou a dívida, e lançou o na prisão. Diante do conhecimento do seu senhor desta atitude o que ele falou-lhe: “Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.” (Mateus 18:32-34, BEARA). Logo a oração do Pai Nosso, Jesus afirma o seguinte:  “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. ” (Mateus 6:14-15, BEARA)

Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Estávamos separados de Deus, sem a Sua vida. O que recebemos de Deus? O perdão do pecado, tínhamos uma dívida impagável; mesmo que nos esforçássemos pelo resto de nossas vidas e por toda a eternidade (se tivesse jeito). Recebemos o perdão; não porque fizemos algo; mas porque Deus concedeu gratuitamente por meio de Jesus Cristo. Ele, Jesus, realizou e cumpriu toda a justiça de Deus para que pudéssemos ser justificados e ter o perdão, ao confessamos.

Se recebemos tamanho perdão de pecado, da ofensa que cometemos; por que não somos capazes de perdoar os outros que nos ofendem? Por que achamos que somos melhores? Por que acreditamos que as pessoas não são dignas de receber o perdão? Que tipo de cristianismo praticamos? Que seguidores somos?

Não estamos aqui discutindo os aspecto de quão fácil ou difícil é perdoar o pecado dos outros  em relação a nós. Mas sim, se compreendemos o perdão que recebemos de Deus. Se não temos a consciência do perdão recebido; de forma alguma seremos capazes de liberar o perdão a quem nos ofende. Não estamos discutindo se a pessoa está ciente ou não da sua ofensa; mas sim, se temos liberado o perdão.

Quando Deus estabeleceu seu plano, a sua justiça, realizada na cruz, antes mesmos de nos criar; já tínhamos o perdão liberado. Deus já tinha estabelecido a condição de perdão; nós já estávamos consciente no nosso pecado? Não. Isto que precisamos compreender. Perdoar não tem nada a ver com o outro, com a ofensa do outro; mas sim, com a nossa atitude. Não importa quem, nem quando; importa sim, no ato de sermos semelhantes ao nosso Deus. Pedro nos convoca a sermos imitadores de Deus como filhos amados; ou não somos filhos de Deus?

Precisamos repensar a nossa história, a nossa vida, e o que temos feito com o que Deus tem nos concedido por meio de Cristo. Ou queremos continuar achando que Deus nos aceita de qualquer maneira, em qualquer condição. Ou será que ouviremos naquele dia “apartai-vos de mim”; mesmo que tenhamos feito tantas obras em nome de Jesus. Precisamos entender o importante não é o que pensamos; mas os frutos que manifestamos. Ser cristão, andar de forma semelhante a Jesus não é uma opção para quem é filho de Deus, é uma condição natural; assim como a manifestação dos frutos do Espírito. Sem eles não revelamos a natureza de Deus e declaramos em alto e bom som que não temos Deus em nossa vida.

Devemos seguir a orientação de Paulo em romanos 12:1-2. Precisamos transformar pela renovação da mente; oferecer os nosso membro com sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Perdoar e assumir a cruz completamente para as nossas vidas; é vivermos para a glória e louvor de nosso Deus.