Um dos aspectos mais gostoso no livro de salmos é justamente este ponto, onde a nossa natureza, nossa necessidade está de forma escancarada. A colocação do salmista, principalmente o rei Davi, é algo que reflete o que pensamos, nosso clamor diante do Criador, frente as nossas lutas, como podemos ler no salmo 10: “Por que, Senhor, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação? Com arrogância, os ímpios perseguem o pobre; sejam presas das tramas que urdiram. ” (Salmos 10:1-2).
Por que isto acontece? Qual a razão deste aparente abandono que padecemos quando mais precisamos? Qual a razão disto? É uma expressão de falta e amor e da ira de Deus sobre as nossas vidas que nos abandonou?
Podemos, talvez não explicar todas as coisas. Mas nestes momentos é que vemos a prova do amor de Deus, do seu desejo de nos ensinar, de nos conduzir a um processo de amadurecimento e crecimento. É o desejo do seu coração que cresçamos, que amadureçamos, que sejamos filhos segundo o seu coração, segundo Davi, Abraão e tantos outros (heróis da fé) que aprenderam a andar com Deus. O fundamental que precisamos compreender que nesta jornada nós não estamos sozinhos e não somos os únicos a passar por estes momentos; mas que pessoas que consideramos exemplos, são como nós, e que passaram pelas mesmas situações que nós.
Precisamos aprender a viver uma vida por fé, confiança em Deus, tendo a certeza, mesmo que não sintamos; mesmo que parece que tudo está sem solução e escuro; Deus é presente e está nos conduzindo com o seu cajado, nos mostrando o caminho; mesmo que não vejamos a luz no final do túnel. Precisamos confiar, aprender a confiar que Ele tem tudo debaixo do seu controle, que seu amor é grande por nós, e que deseja o melhor para as nossas vidas, e para a edificação do Seu reino.
Não somos dos que devem viver pela aparência e nem pelo que vemos; mas sim, por fé, pelo que não vemos; pelas promessas de Deus, por sua palavra.
A tribulação, a dor, o aparente abandono em momentos de nossa vida, somente têm o propósito de nos levar a confiar e esperar nele. Quando descansamos, então o livramento é provido, de forma inesperada, na maioria das vezes, quando já perdemos a esperança de que algo pudesse ser feito. Por que disto? Somente para nos ensinar a confiar e a esperar Nele e não em nós ou na nossa força.
Deus nunca nos abandona. Podemos não “sentir”, podemos não “perceber”; mas a sua promessa é clara. Ele viria e faria em nós morada, estaria conosco até o fim. Esta é uma promessa do Senhor para as nossas vidas. Somos templo de nosso Deus; por isso, precisamos confiar nesta palavra e não no que sentimos.
O silêncio de Deus diante de determinadas situações que vivemos só tem um propósito que é de nos levar ao amadurecimento, ao crescimento e conduzir-nos no processo de sermos cristãos espirituais, maduros que revelam a Sua justiça e graça entre os homens; manifestando o seu amor, independente da situação que estejamos vivendo ou mesmo passando.
Precisamos aprender a olhar com os olhos da fé, a ver o que não vemos, a não basear a nossa vida no que seja temporário; mas sim, unicamente no que é eterno.
Corramos a carreira proposta, mantenhamos os nosso olhos fixos naquele que nos concede vida, esperemos nele; mesmo que tudo pareça impossível de acontecer; pois Ele cuida de nós.