Jó ou Paulo – Qual a recompensa?

O que podemos deduzir da vida destes dois homens? Quando olhamos a vida de Jó, tudo que padeceu toda dor, perda. E por ter suportador tudo o que passou foi recompensado com o dobro de tudo que teve? E ao olharmos a vida de Paulo o que vemos? Um homem com todo o potencial que tinha no mundo material, todo o poder que poderia estar em suas  mãos? O que fez? Abriu mão de tudo isso em favor do reino de Deus; sofreu, padeceu, passou fome, necessidade, dor, sofreu punição, preso, recebeu chicotadas, e ao fim da sua vida foi decapitado. Que loucura é essa? E se olharmos outras vidas, como Pedro que foi crucificado de cabeça para baixo? Não eram eles merecedores de recompensas materiais, de uma vida abastada? Não eram eles dignos de uma vida abundante? Deus não os amava, não honravam eles a Deus? Por que tiveram o fim de vida que parece mais uma desgraça que uma benção e uma recompensa?

Como encaramos estas coisas? Com relação a nossa expectativa das coisas deste mundo? O que esperamos de fato? Recompensas materiais? Vida tranquila e abastada como uma recompensa de Deus por servi-lo? E se não tivermos isso, será ele injusto para conosco que dedicamos da nossa vida a sermos “cristãos”?

Qual é o ponto de vista de Deus sobre tudo isso? Qual é de fato o nosso ponto de vista? Quando é Deus justo ou injusto nestas coisas? Teremos a resposta para estes pontos e questionamentos? Com o que está de fato Deus preocupado? Com bens materiais e a transitoriedade desta vida ou com os valores eternos de Seu reino que deseja ver revelados e manifestos em nossas vidas? O que pensava Paulo de sua situação?

Nas suas palavras, podemos observar o seguinte: “Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo. Assim, vós também, pela mesma razão, alegrai-vos e congratulai-vos comigo. ” (Filipenses 2:17-18), ou quando escrevendo a Timóteo, já ciente do seu martírio: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. ” (2 Timóteo 4:6-8).

Precisamos parar de esperar as coisas sob a perspectiva que olhamos Jó. Ele esperava receber a recompensa material que teve? Não. Pois para ele o fato de ter falado com Deus era mais que suficiente. Deus lhe deu por decisão Dele e não por merecimento de Jó; pois este já havia reconhecido a sua situação diante do Criador. Paulo era tão merecedor quanto Jó; mas compreendeu o seu papel, entendeu o que Deus esperava dele e a obra que tinha para realizar. Ele sabia qual era a verdadeira recompensa que tinha e deste mundo não esperava nada a não ser glorificar pelo seu corpo ao seu Senhor, e que a igreja fosse madura suficiente para expressar Deus em toda a Sua vontade. Ele viveu não só para falar do reino de Deus e de seu Senhor, como em favor da igreja, do seu crescimento e amadurecimento. Graças ao zelo, a dedicação e diligência de homens como Paulo, o evangelho chegou até nós.

Devemos aprender a olhar sobre a perspectiva de Deus e nos deixar ser usados pelo criador assim como Paulo se deixou. Pois graças a ele o evangelho, as boas novas que conhecemos, tanto ensinamento, tanta expressão da vida de Deus chegou até os nossos dias. Que recompensa terá este homem? Não sabemos, e para ele, podemos observar que nada importava, pois se considerava indigno de qualquer merecimento da parte de Deus; pois ele mesmos, se considerava o pior de todos os homens; pois havia perseguido a igreja.

Efetivamamente o que importa? O que vamos receber? Ou o nosso posicionamento diante do Criador e a nossa oferta, oferta como sacrifício vivo que fazemos de nossas vidas para o reino de Deus como expressão de amor e gratidão por recebermos da vida eterna de Deus que não somos merecedores?