Conhecemos ao Senhor?

João em sua carta afirma o seguinte: “Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou. ” (1 João 2:3-6, BEARA).

O que é guardar os seus mandamentos? O que é andar com ele andou? Como sabemos que temos sido aperfeiçoados no amor de Deus?

Um aspecto importante que devemos compreender é que não estamos falando de perfeição, de não pecar. Pois o homem é pecador, nós pecamos. O que difere quanto a estar e permanecer no Senhor e não estar, é a questão da nossa atitude com relação ao pecado. Permanecemos na prática do pecado ou não? Compreendemos isso?

Precisamos compreender o nosso propósito de vida, também. Ou seja, por que permanecemos neste mundo, neste corpo se conhecemos a salvação? Por um simples fato: Deus deseja nos ensinar a sermos seus filhos, a viver segundo a sua natureza, e sermos seus instrumentos para revelá-lo ao mundo. Ele deseja nos usar para que a sua vontade se cumpra na terra como no céus.

O outro ponto que precisamos entender é com relação a permanecer na palavra, expressar as obras de Deus e sermos aperfeiçoados no amor. Precisamos ter o entendimento que o nosso propósito de vida não é vivermos para nós mesmos e nem para a busca de nossos objetivos pessoais quanto a valores espirituais e a eternidade. Vivemos neste mundo, mas não para este mundo. Os nossos valores, o nossos esforço é com relação ao eterno, o aperfeiçoamento dos santos, uma vida de santificação, o sermos semelhantes a Jesus.

Quando assim vivemos, estamos cumprindo o propósito de Deus, manifestando a sua vida, revelando a sua vontade, cumprindo o seu querer, e,especialmente, sendo sal nesta terra e luz neste mundo. Todas as coisas deste mundo, como emprego, escola, formação, riquezas, não devem e não são o fim em si mesmos para nós; mas simplesmente, meios para que a vontade de Deus se revele neste mundo.

Como somos aperfeiçoados e por que devemos buscar o sermos semelhantes a Jesus? Primeiramente temos que entender, como já afirmado diversas vezes. Buscamos a santificação não para sermos “mais” aceitos por Deus; pois Ele nos aceita não pelo que fazemos ou somos; mas sim, única e exclusivamente por causa da obra de Jesus Cristo na cruz que derramou o seu sangue por nós. Ele, Jesus, nos apresenta diante de Deus santos, inculpáveis e irrepreensíveis. A santificação é para que o mundo veja Deus em nossas vidas, nós temos e devemos expressar a Cristo em todas as nossas ações.

Segundo, o aperfeiçoamento, é resultante de uma ação de mortificar os feitos do corpo (da carne). Isto não depende de Deus transformar a gente, e não adianta orarmos a Deus pedindo para nos transformar e para tirar o pecado de nossas vidas. Ele não fará nada além do que já fez por nós. Precisamos entender que retirar o pecado, Ele já fez, na cruz em Cristo. Na cruz recebemos o perdão do pecado e a libertação do mesmos. Na conversão, quando entregamos a nossa vida ao Senhor, Ele já nos tranformou, já nos deu da sua vida, do seu Espírito, um coração novo, para o servirmos e para expressarmos sua vontade. Ou seja, já recebemos toda a capacitação que precisamos para viver uma vida que Lhe agrada (2 Ped 1:3-4). O que temos que fazer? Transformar a nossa forma de pensar, oferecer os nossos membros, corpo  como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12:1-2). Ao fazermos isso, ou seja, ao fazermos a natureza humana morrer, então estamos cumprindo o processo e a vontade de Deus na santificação para sermos expressão da sua vida neste mundo. A outra questão é não retiramos o pecado de nossas vidas, do desejo de nosso corpo mortal; mas simplesmente, não o praticamos. Não fazemos por escolha, por compreender a libertação recebida, e a razão de nosso viver que não é para agradar a nós mesmos, mas a Deus. Vivemos para Deus, não para nós e nem para os nossos desejos.

Como expressamos que conhecemos ao Senhor? Quando andamos como ele andou, quando fazemos as obras que Ele fez, quando em nossas atitudes revelamos a vida e a obra de Deus; não é uma questão de conhecimento que temos; mas sim, do que fazemos.