No velho testamento, na antiga aliança, os sacrifícios estavam determinados, a forma, que animais deveriam ser e como deveriam ser oferecidos. No livro de Malaquias, podemos observar que os sacerdotes não estavam seguindo as determinações da lei, como podemos ler: “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? — diz o Senhor dos Exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? — diz o Senhor dos Exércitos. Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.” (Malaquias 1:7-10, BEARA)
Qual a questão aqui? O animal coxo, o cego? Não. O que isto tem conosco em nossos dias, quando o verdadeiro sacrifício, Jesus Cristo, foi oferecido por nós, em nosso lugar, para a remissão do pecado? Oferecemos sacrifícios a Deus? Que sacrifícios oferecemos?
Paulo escreve o seguinte: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1, BEARA). Em outro lugar temos a referência para “oferecer os nossos membros a justiça”. Os dois mandamentos mais importantes e que através deles cumprimos toda a lei e os profetas, está relacionado a “amar a Deus sobre todas as coisas” e “amar ao próximo como a nós mesmos”. Jesus, também, afirmou “quem o ama, toma a sua cruz e o segue”. Em outro lugar, Ele fala que “se não negarmos a nós mesmos não somos digno dele”.
O que isto tudo tem a ver com o sacrifício que oferecemos a Deus? Simples, se não compreendemos ainda. Qual a única coisa que podemos fazer para que a vontade de Deus se realize nessa terra? Nossas vidas, nosso membros, o que somos, o que priorizamos, que estilo de vida temos, como empregamos o nosso tempo, como gastamos a nossa energia, que valores priorizamos.
É de fato Deus a primazia em tudo o que fazemos? Tudo que fazemos, realizamos para Deus, ou para nós mesmos? O que temos, nossa experiência, nosso conhecimento, usamos para nós mesmos, para atender os nosso interesses e o que sobra aplicamos no reino de Deus ou nem aplicamos? Está entendendo o culto, os sacrifícios que oferecemos a Deus. Não é uma questão do que fazemos; mas a motivação, o como e para quem fazemos. Não é uma questão de ter ou não ter, ter muito ou ter pouco; mas sim, como usamos e repartimos o que temos, como usamos as coisas em favor das pessoas, suas necessidades.
Deus nunca nos pediu resto, Ele sempre exigiu tudo, como tudo ele fez e faz por nós. Ele deseja construir conosco um relacionamento baseado no modelo dele, e não no nosso. Ele não quer o resto de nossas vidas. Ele não quer culto de finais de semana. O que ele deseja é a nossa vida. Que coloquemos o que somos em suas mãos, para fazer o que seja da sua vontade. Usar como agrada a Ele, obedecer quando ele pede. Oferecer o nosso corpo, nossos membros, a justiça de Deus, como sacrifício vivo, é vivermos integralmente o reino de Deus em nosso dia a dia. É demonstrarmos pelas nossas ações, palavras que conhecemos a Deus, que andamos com Deus.
Não existe culto maior, nem sacrifício maior que o abrir mão de nós mesmos, nossas vidas, para vivermos o dia a dia segundo a vida, os valores e natureza de Deus. Quando assim fazemos, prestamos Lhe honra.