Questão de etiqueta e preconceito

Somos, pela natureza humana, preconceituosos. Não analisamos as pessoas e situações para o  momento e o que levaram a ter uma ou outra atitude. Nós simplesmente assumimos que são assim, e por serem assim, nós, normalmente condenamos. E esta atitude não é algo de nossos dias, sempre esteve presente na vida das pessoas. Os israelitas tinham um preconceito com relação as mulheres moabitas. Para eles, todas eram imoral.

Deus na sua multiforme sabedoria e maneira especial de agir, não só usa de forma especial uma mulher moabita, como a mesma, faria parte da linhagem a qual Jesus pertencia, incluindo assim, estrangeiros. Vemos em Rute, uma atitude de fidelidade, e de assumir os valores de um povo que não era o seu e que a desprezava, como podemos observar em suas palavras de compromisso como Noemi, sua sogra:  “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.” (Rute 1:16-17).

Precisamos aprender a olhar as pessoas como Deus as vê. Não podemos, por causa do seu pecado, ou de sua atitude pecaminosa, assumir as mesmas merecem condenação e não a graça e misericórdia divina. Como agimos com o viciado, o deprimido, com a prostituta, o homossexual, o negro, o fraco na fé, o inconstante? Qual é a nossa atitude para com o mentiroso, o hipócrita, o corrupto, o assassino, ou mesmos com as pessoas que desempenham funções que consideramos despreziveis? Como tratamos o lixeiro, a empregada doméstica, o limpador de rua? Achamos que as pessoas que não fazem parte de “nossa classe social”, são inferiores? Como agimos com as pessoas que trabalham para nós? Achamos que não merecem o mesmo tratamento que damos a um visitante? Somos capazes de sentar a mesa com as pessoas que prestam serviço para nós?

Estamos compreendendo a questão da etiqueta que estampamos nas pessoas, da acepção, do preconceito que estabelecemos para os diferentes grupos e como agimos e estabelecemos valores sem mesmo conhecer sua origem, o que são, o que pensam, as suas dificuldades. Nós não conhecemos o coração e as motivações, e desprezamos antes mesmos do conhecimento e compreensão.

Até quando acharemos e continuaremos a pensar que a religião que praticamos é suficiente e que os valores do reino, o carater de Deus, a sua natureza não são importantes nos relacionamentos que desenvolvemos?

Temos sido instrumentos de condenação destas pessoas, ou de manifestação da graça, misericórdia e amor de Deus. Não podemos criticar as pessoas por suas preferências, pelo que fazem, sim, devemos criticar e estampar etiqueta no que fazemos e nossas atitudes para com as pessoa que precisam ouvir de nós outras palavras. Palavras que procedem de Deus, do seu trono de graça. Devemos agir de forma a acolher, não a separar e expulsar com a nossa hipocrisia religiosa e nossa atitude segundo a natureza e valores deste mundo.

Precisamos rever o que somos e o que fazemos, compreender nossa origem, para a glória de Deus.