Precisamos lembrar que a palavra “desserviço” significa um “mau serviço” e ocorre quando trabalhamos e fazemos as coisas para destruir, para ir em sentido contrário ao que deveríamos fazer.
Podemos ver no início da igreja uma atitude que significa trabalhar em favor do reino, somar, ajudar, contribuir que é o verdadeiro significado de “serviço”, conforme podemos ler no livro de atos: “Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:43-47).
Poderíamos questionar, mas como “deserviço” se o que fazemos é pregar o reino, falar do reino? Simples, nossas atitudes os frutos que manifestamos, o quanto caimos na graça do povo, contamos com a simpatia, ou se somos aqueles a quem as pessoas não querem estar juntas; porque enchemos a todos com uma pregação que não traduz vida e o que falamos não fazemos. Falamos do amor de Deus, falamos do amor ao próximo; mas vivemos de forma contrária ao que pregamos.
Quando olhamos os frutos do Espírito, frutos que todos que estão em Cristo precisam manifestar e não revelamos, devemos rever o que estamos fazendo, como Paulo escreveu: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5:22-25).
Agora se olharmos os frutos da carne, da natureza humana, o que podemos observar? “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.” (Gálatas 5:19-21). Podemos incluir: egoísmo, orgulho, arrogância, hipocrisia, mentira. Nada disto faz parte da vida de quem conhece a Cristo. Se nós temos revelado estas atitudes, precisamos fazer morrer a natureza humana para que a vida de Deus se revele em nós.
Partilhamos o que temos, dividimos, ou somos dos que deixam os outros com os seus problemas? Não estamos aqui discutindo só aspecto financeiro, mas também, de tempo, de ajudar os outros, de dividir responsabilidades, de cuidar dos membros da família, ou não temos tempo?
Precisamos entender a importância da santificação, do processo de crescimento e amadurecimento. Precisamos ser semelhantes a Jesus. Não podemos continuar a viver da mesma maneira como se não conhecêssemos a Cristo. Quando vivemos e andamos na carne, de fato, estamos prestando um “desserviço” para o reino de Deus.
Revelemos a vida de Deus em nossas palavras? Sim; mas muito mais, precisamos revelar o que falamos através de nossas atitudes, e no significado do que seja “amar ao próximo como a nós mesmos”.