Compaixão pelo que não vê

Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. ” (Lucas 15:3-7).

Do que Jesus está falando? O que é sair em busca da que se perde? Ele usou para com o povo de usa época uma estória que pudessem entender. Um pastor zela por suas ovelhas. Uma ovelha perdida, separada do rebanho e dos cuidados do pastor estava fadada a morte, por isso este zelo em ir atrás da perdida.

Mas o que é ir atrás da perdida? Quando falamos para um cego de nascença que ele não vê, acusamos o de sua deficiência, e que ele não é capaz de enxergar e compreender, o que estamos fazendo de sábio? Nada, estamos acusando de não enxergar, quem não tem ideia do que seja ver algo, discernir cor, distância.

Quando nos nossos relacionamentos acusamos as pessoas de seus pecados, apontamos o seus erros, dizendo que elas perecerão em seus pecados, o que estamos fazendo? Estamos agindo da mesma maneira que alguém acusa um cego de nascença de não ver!

Quando falamos que devemos alargar o espaço da tenda, estender a tenda é para nós claro que precisamos ir atrás dos que estão perdidos. Estamos falando de levar a vida de Deus (a vida da igreja que precede de Deus) a todos os homens. Estamos falando de ser luz do mundo. Mas não como acusadores dos homens, e sim demonstrando compaixão por aqueles que não compreendem ou não veem o seu pecado.

Nós temos a capacidade de separar tipos de pecado, achamos que uns são maiores que outros. Pensamos que a mentira é mais aceitável que o assassinato, ou que o homossexualismo é pior que o suborno ou roubo, até mesmo que a prostituição ou adultério sejam piores que a hipocrisia ou o fazer acepção de pessoas. Condenamos o sexo antes do casamento, mas não sabemos dar uma explicação plausível e lógica para uma geração que está amadurecendo sobre outros fundamentos. Falamos que a bíblia é a palavra de Deus, que é a verdade, mas não conseguimos enxergar que as pessoas para quem falamos a vê simplesmente com um livro, muitas vezes sem sentido.

O que fará diferença nesta geração e para as pessoas que estão no mundo, perdidas e cegas quanto a sua realidade? O que falamos? Não, nossas atitudes. O que fazemos, como fazemos, como acolhemos, como vamos atrás.

Devemos aprender com o nosso Deus. Assim como ele fez, devemos fazer. Ele amou o mundo ao ponto de dar o seu filho para resgatar. Ele revela compaixão, misericórdia e graça para com aqueles que estão perdidos, Ele não aceita o pecado, mas acolhe o perdido, ensina-lhe sobre o seu amor, sua graça. Mas ele usa quem para isso? Nós, a igreja, o corpo de Cristo. Se não nos movermos, se não tivermos compaixão, se não formos luz neste mundo, para que as pessoas aproximem da luz, de forma alguma o amor de Deus será conhecido. Como mudar realidade? Ensinando as pessoas a fazerem escolhas entre a natureza humana e os valores da natureza de Deus que nos é concedida em Cristo Jesus. Já não passa a ser uma questão de pecado, mas de escolhas para revelarmos a Deus. Não é uma questão de mentira, de roubo, assassinato, preferências sexuais, hipocrisia, suborno; mas de escolhermos entre glorificar a Deus ou não através de nossos atos, palavras e atitudes.