“No quinto ano de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono, apregoaram jejum diante do Senhor a todo o povo em Jerusalém, como também a todo o povo que vinha das cidades de Judá a Jerusalém. Leu, pois, Baruque naquele livro as palavras de Jeremias na Casa do Senhor, na câmara de Gemarias, filho de Safã, o escriba, no átrio superior, à entrada da Porta Nova da Casa do Senhor, diante de todo o povo. ” (Jeremias 36:9-10, BEARA). “Tendo Jeudi lido três ou quatro folhas do livro, cortou-o o rei com um canivete de escrivão e o lançou no fogo que havia no braseiro, e, assim, todo o rolo se consumiu no fogo que estava no braseiro.Não se atemorizaram, não rasgaram as vestes, nem o rei nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras.” (Jeremias 36:23-24)
Empedernido é o mesmo que duro como pedra. Insensível, incapaz de ouvir e se quebrantar. Agora um ponto que precisamos entender é que Jeremias quando, em obediência a voz do Senhor, transcreveu todas as palavras em um rolo. E estas foram lidas no templo, podemos observar claramente, que havia todo o ritual religioso na época. As pessoas não tinham deixado a liturgia, as festas religiososas. Inclusive podemos ler que tinha sido convocado um jejum. Mesmo fazendo tudo isso, qual era a palavra de Deus para o povo, para os líderes? Palavras para trazer quebrantamento, conversão; fizeram isso? Não, muito pelo contrário, as palavras foram rejeitadas. Todo o rolo foi queimado.
Isto serve para os nossos dias? Sim. O exemplo deixado serve para nós hoje para não cairmos no mesmos engano, e não permanecermos com um coração duro, com uma cerviz que não se dobra diante de Deus e de sua vontade. Precisamos compreender que Deus não deseja a nossa religiosidade e nem a nossa liturgia semana após semana.
O que Deus deseja de nós?
Nossos corações, nossa vidas, que as nossas motivações estejam alinhadas com a sua natureza. Que façamos as coisas, que empreendamos ações em obediência, na dependência, no reconhecimento que toda a vida, toda a fonte de sabedoria, de realizar procedem dele; e não de nós mesmos.
Deus não busca pessoas com corações duros, religiosos que fazem as coisas sem compreender e sem obedecer a sua vontade. O que ele deseja de nós é que sejamos maleáveis, capazes de ajustar e obedecer segundo o comando da voz do Espírito. Que nos coloquemos como instrumentos em suas mãos para que através de nossas vidas a sua vontade se concretize aqui neste mundo.
Precisamos compreender que ser cristão não é sermos religiosos e acharmos que é suficiente nos reunirmos uma vez ou duas por semana. Não é irmos a cultos e missas, não é sairmos a proclamar e falar do que está na bíblia, não é falarmos do amor de Deus. Ser cristão está relacionado a viver, a seguir o exemplo, a imitar ao Senhor Jesus no nosso dia a dia, em todos os momentos de nossa curta caminhada.
Precisamos compreender que ser cristão é revelarmos a atitude de Deus, sermos seus imitadores, é vivermos segundo a sua natureza, em cada segundo de nossas vidas, lutando o tempo todo contra a carne, subjugando os desejos e vontade da natureza humana. E isto devemos fazer, em nossa casa, nos nossos relacionamentos familiares, no trânsito, no nosso trabalho, na escola. Devemos lembrar de cada palavra de Jesus proferida no sermão da montanha, do dar a cara, no levar ou não desaforo para casa, no caminhar o dobro da distância quando exigirem de nós. Do lembrar que não estamos aqui para fazer a nossa vontade, mas para obedecer, como servos, e oferecer os nossos membros para a justiça do reino de Deus.
Sejamos verdadeiros cristãos neste mundo sem vida e sem conhecimento da vontade de Deus. Rejeitemos todas as obras da carne e do pensamento humano e toda religiosidade, mesmo que transvestida de cristianismo.