“Paulo, servo de Jesus Cristo, ..,” (Romanos 1:1, BEARA). “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:10, BEARA). “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, … ” (Tito 1:1, BEARA). “como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.” (1 Pedro 2:16, BEARA).
“Doulos” é a palavra em grego que significa “servo”, “escravo”. Precisamos compreender o significado desta palavra e a aplicação do seu conceito em nossas vidas. Todas as referências que Paulo faz, especialmente no início de suas cartas, ele usa esta palavra “doulos”, se coloca como servo de Jesus e de Deus.
As pessoas na época de Paulo, e de nosso Senhor Jesus, e demais apóstolos, compreendiam o signficado desta palavra. Esta palavra era usada para referir a todos os tipos de servos (escravos) que tinham na época de Jesus? Não, ela se referia a um tipo específico de servo. Até mesmo entre os servos existiam castas (níveis de servos). Quando se usava esta palavra estava se referindo ao servo mais humilde, ao que ficava encarregado dos serviços que ninguém mais queria fazer ou que não tinha mais ninguém para fazer. Tinham outros servos acima dele, a quem deviam, também, obedecer além de seus senhores; mas não mandavam, não davam ordem a mais ninguém.
A eles, por exemplo, cabia o serviço de lavar os pés dos visitantes, além de outros serviços. Estas pessoas não tinham qualquer direito ou regalia. Não podiam manifestar qualquer vontade ou desejo. Toda a sua vontade estava voltada para atender os desejos do seu senhor.
Mesmo o nosso Senhor Jesus, foi denominado, pelo Pai, de servo, como Pedro se referiu: “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo.” (Atos 3:13, BEARA).
O que precisamos compreender é porque estas pessoas e porque o nosso Senhor se colocaram como servos de Deus? Jesus querendo ensinar os seus discípulos a postura e atitude que deveriam ter, na última ceia, pegou a toalha para lavar os pés deles. Qual foi a atitude de Pedro? Não queria ter os seus pés lavados? Por que? Porque aquela atitude não era, para ele digna de seu mestre. Jesus mostrou para eles o princípio e o fundamento de nossas vidas no reino de Deus. Devemos e temos que nos colocar como servos do reino, vivermos para cumprir e atender o desejo de nosso Deus. É uma atitude, uma postura que cada um tem que adotar. Ela não é imposta, esta atitude é a manifestação da natureza de Deus que recebemos no novo nascimento.
Como está na carta aos filipenses, quando fala que Jesus esvaziou de si mesmo, assumindo a forma de homem…, o que estava implicito nisto? O desejo de cumprir e realizar a vontade do Pai. Ele, como nosso Senhor nos deu o exemplo de abrir mão da própria vontade, de todo o desejo, em favor da vontade do Pai.
Paulo fez uma escolha. Ele poderia não abrir mão de muitas coisas em sua vida; mas o que ele fez? Abriu mão, esvaziou de si mesmo, de sua vontade, de seu querer, e se submeteu a vontade de seu Senhor, para realizar o seu propósito, como servo. Paulo poderia ter escolhido uma vida mais tranquila, mais segura, não poderia? Mas o que ele fez? Escolheu ser servo, e se colocou a vontade de seu Senhor.
Servo do reino não é uma condição imposta por Deus, embora, tenhamos sido resgatados, tivemos a redenção de nossa alma, fomos libertos da escravidão do pecado; para livres, servimos a Deus. Redenção é ser comprado um um preço. O preço pago por nós foi muito alto. Isto que precisamos compreender. Embora, Deus nos tenha feito filhos, tenha nos concedido de sua natureza, se não compreendermos este princípio, não entenderemos a importância de termos a mesma atitude de nosso Senhor Jesus, de nos colocar como servos de Deus, de oferecer as nossas vidas como instrumento de justiça, como escravos para realizar o propósito e o querer de Deus. Esta oferta é o que Paulo fala de sacrifício vivo, de oferecer os nossos membros para a justiça divina, para o realizar e o cumprir de sua vontade. Ofereçamo-nos a Deus.