“Diga a essa gente que deixe de lado as lendas e as longas listas de nomes de antepassados, pois essas coisas só produzem discussões. Elas não têm nada a ver com o plano de Deus, que é conhecido somente por meio da fé. Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira.” (1 Timóteo 1:4-5, NTLH)
Paulo escreveu essa carta a Timóteo a um bom tempo atrás. Ele alerta sobre questão de nomes e linhagens, sobre origem, sobre quem sou, e quem o outro é. E nós pensamos que as coisas mudaram, que hoje não é como antigamente. Sim, hoje não discutimos mais se sou judeu ou não judeu, mas discuto coisas semelhantes, sobre origem, sobre meu nome, sobre de onde vim. Minhas atitudes estão carregada desse tipo de sentimento e sou capaz de fazer acepção de pessoas, tratar com diferença, por que o outro não pertence a uma “boa” família, não é verdade?
Se não o fazemos de forma aberta, fazemos de maneira velada. Podemos não escolher as pessoas, respeitar as pessoas não pelo que elas fazem na obra de Deus, pela sua dedicação; e sim, muitas vezes após olhar a sua origem, sua família e seus pais, e não pelo que os filhos dos filhos estão fazendo e se são comprometidos com Deus.
Escolhemos as pessoas pela aparência, por ter ou não ter educação, dinheiro. Queremos nos relacionar e confiar com base no que foram os seus antepassados (pais e avós) e não pelo que são hoje, na obra de Deus. Rejeitamos as pessoas porque eram ladrões, porque eram assassinos, porque eram drogados e não olhamos para o quanto Deus transformou e operou e porquanto Jesus é Senhor dessa vida.
Precisamos compreender que no reino de Deus, que a nossa salvação, não está calcada com base em quem eram os nossos antepassados; mas sim, no fato de que todos somos pecadores, todos somos iguais perante Deus, e todos estávamos separados de Deus por causa da nossa transgressão que não tem tamanho, poderíamos ser homossexual, mentiroso, ladrão, assassino, enganador, roubador, corrupto. Não importa, não existe tamanho do pecado, existe sim, a condição de estar separado de Deus. E porque estávamos separados de Deus, Ele nos aceitou, mediante a sua graça sem limite e nos levou a sua presença pela obra de Jesus na cruz. Somos merecedores dessa salvação, não porque fizemos algo; mas porque o Senhor nos aceitou e nos regenerou. Quando assim nos submetemos ao Senhor de Cristo, somos iguais perante o nosso Deus, não existe maior e nem menor, não existe mais linhagem, não existe mais nome, não existe mais condição social, ser rico ou pobre, letrado ou não, doutor ou analfabeto. Passamos a fazer parte do reino de Deus em igualdade de condição e tendo como origem o mesmo fundamento: Cristo Jesus e sua obra na cruz por nós pecadores.
Quanto assim enxergamos e nos vemos, passamos a ter a mesma atitude de Paulo, nos vemos como o pior dos pecadores. Então compreendemos que o amor que devemos distribuir a todos, a graça que devemos revelar a todos os homens, não provém de nós mesmos; mas provém do trono de Deus, que derrama em nossas vidas pelo Espírito Santo abundantemente.
Devemos rejeitar qualquer tipo de amor, qualquer tipo de atitude que não seja a mesma que Deus teve para conosco e para com as pessoas que Ele resgatou. Se em nosso coração tem qualquer sentimento, “bom” ou “ruim” que nos leva a separar, a tratar diferente, a considerar as pessoas diferentes; então precisamos rejeitar esse sentimento e essa atitude; pois não provém de Deus. Pois o que tem origem em nosso Senhor, não faz acepção, não separa, não divide, não destrói, não critica, não fala mal; mas une, edifica, se preocupa, e zela para o crescimento do reino de Deus e para a edificação e fortalecimento de “todos”.