“Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior. Mas falarei ao Todo-Poderoso e quero defender-me perante Deus. Vós, porém, besuntais a verdade com mentiras e vós todos sois médicos que não valem nada. Tomara vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria!” (Jó 13:2-5, RA Strong). “As vossas máximas são como provérbios de cinza, os vossos baluartes, baluartes de barro. ” (Jó 13:12, RA Strong).
Como é gostoso ler o livro de Jó!! O quanto podemos nos ver na mesma situação que ele? Quantas vezes não nos pegamos falando e nos expressando da mesma forma que ele conduziu? Não são as nossas dúvidas diante de uma aflição semelhantes a sua? Não são as nossas muitas dificuldades semelhantes a que ele passou? Mas o mais difícil é enfrentarmos os “amigos” que agem da mesma forma que os seus. Mas o importante é compreendermos o quanto aprendemos com Jó e o quanto deixamos de fazer o que nós próprios condenamos.
Se não estamos em dificuldade, em um momento de tribulação, e estamos diante de nossos amigos e irmãos que estão; o que fazemos? Começamos a despejar palavra em cima de palavra? Promessa em cima de promessa? Qual deveria ser a nossa atitude? Por que achamos que precisamos falar? Acusar? Ou tentar fazer com que a pessoa se lembre das promessas de Deus? Não temos agido nós como os amigos de Jó? Não fazemos o que condenamos quando estamos em tribulação e dificuldade?
Enquanto acharmos que somos senhores da verdade, do conhecimento e que o que precisamos fazer é falar, então, na maioria das vezes não estaremos cumprindo de forma adequada o nosso papel como amigo e irmão. Precisamos aprender a aquietar a nossa alma. Precisamos compreender que na maioria das vezes não é o que falamos que irá ajudar, mas sim, a simples atitude de estar do lado, de ouvir pacientemente as lamúrias, deixar que Deus fale de forma tranquila ao coração de quem necessita. Nossa atitude de ouvir permitirá que haja um esvaziar da mente, da angústia, e do sofrimento. Quando isso ocorre, assim como nós, a pessoa estará pronta para receber o que o Espírito deseja falar.
Nossas muitas palavras nem sempre, quando não na maioria das vezes, não acrescenta nada de novo, não traz nada que a pessoa já não saiba, não é verdade?
Devemos rever as nossas atitudes, precisamos aprender a ouvir, precisamos aprender a nos calar diante da aflição das pessoas e deixar com que elas esvaziem as suas mentes e assim possam estar prontas para receber o que Deus deseja que entreguemos e revelemos mais em ação que em palavras. Saber ouvir e compreender a necessidade, aflição e a dor dos outros, nos ensina a ser mais compassivos, mas amáveis, longânimes para com as pessoas.
Precisamos aprender com Jó e seus amigos, precisamos aprender a ter atitudes que levem todos a uma comunhão e uma vida de confiança e esperança no Senhor. Precisamos aprender a ouvir o Espírito, mas para ouvir o nosso Deus, precisamos esvaziar a nossa mente, esvaziar de nossas angústias e dores. Muitas vezes precisamos aprender com as nossas experiências; e usar em favor dos outros. Queremos ouvir uma palavra, ou queremos simplesmente colocar para fora o que estamos pensando. E quando fazemos assim, quando encontramos alguém disposto a ouvir, qual o foi o resultado disso? Não pudemos nós ao falarmos e termos alguém para ouvir, esvaziarmos de nós mesmos para recebermos o que Deus desejava nos ensinar? Por que achamos que para com as outras vidas nossa atitude deva ser diferente? Precisamos rever nossas atitudes e ações para que possamos dar vazão ao Espírito que em nós opera.
Você precisa fazer login para comentar.