Quando olhamos a família, família de sangue, a forma de convívio, a forma de andar juntos, normalmente, somos mais complacentes; aceitamos os defeitos e falhas dos outros. Vamos lembrar do tio hipócrita, da prima mentirosa, do cunhado arrogante, do filho desajustado, do avô azedo, da filha libertina, da sobrinha drogada; do irmão corrupto.
Nós excluímos das festas, dos momentos de encontro, do convívio com estes mesmos sabendo como são? Não. Todos nós, em nossa família, temos a ovelha negra, temos o encrenqueiro, temos o hipócrita. Mas nós não olhamos para estes com a razão de não estar juntos. Olhamos pelo momento do encontro; das pessoas, do relacionamento.
Nós não abandonamos a família, mesmo os desajustados. Nós nos empenhamos para que entrem no eixo, para que mudem. Alguns, passamos a vida toda discutindo, falando; mas nada muda. Agora, mesmo por causas deste, nós abandonamos a família? Não. E quando abandonamos, por que fazemos isso? Não é porque nos achamos melhores, mais cheios de justiça própria, e que não podemos nos misturar?
Agora, se assim agimos assim com a família terrena, família que é sombra do que Deus deseja nos ensinar; por que queremos fazer diferente com a família eterna? Os filhos de Deus?
Devemos rever os nossos conceitos, devemos compreender quem somos e onde estamos, qual o propósito de nossas vidas e a razão de sermos filhos de Deus, de permanecermos neste mundo.
Devemos aprender a olhar a igreja, instituição onde frequentamos, com nome ou sem nome; não importa; como lugar onde encontramos a igreja verdadeira, os verdadeiros filhos. Mas cheia de desajustados. Filhos cheios de defeito que precisam crescer e amadurecer. Filhos que precisam compreender a natureza do Pai, o que Ele nos concedeu e o que deseja para as nossas vidas.
Temos que aprender a suportar (no sentido de ajudar) que cada um chegue a maturidade, a expressão de Jesus. É nosso papel, sendo mais maduros, e não quando cheios de justiça própria, desempenhar pacientemente este papel, como Deus faz conosco. Precisamos enxergar que não somos melhores e nem piores; mas iguais, cheios de falha, onde o Espírito de Deus, deseja operar e ensinar. Ensinar a sermos instrumentos para a glória e louvor do Pai.
Quem encontramos nestes lugares? Pessoas. Pessoas que não são diferentes dos familiares de sangue, pessoas que necessitam do conhecimento de Deus, que precisam do nosso exemplo, do nosso testemunho de vida para que vejam que tem mais, muito mais que o que parece aos olhos de quem observa. Temos que aprender a lidar, demonstrar compaixão, misericórdia, graça, devemos admoestar, trazer ensino, mostrar a vontade do Pai. Alguns com o coração compungido, quebrantado; se voltam para o plano e vontade de Deus, outros não; mas nem por isso, temos a responsabilidade de expulsar, de criticar, de achar que somos melhores e não querermos estes no meio,
Como tratar o adúltero, o “gay”, o hipócrita, o mentiroso, o arrogante, o drogado, o alcóolatra, o mesquinho, o portador de HIV? Como escória? Rejeitá-los? Expulsá-los porque somos bons e não podemos nos misturar? Se este tem sido o nosso pensamento, devemos rever e olhar as nossas atitude com base na vida daquele a quem desejamos imitar: o nosso Senhor.
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