Cada vez mais podemos observar que precisamos sair da caixa que fomos inseridos, formatados para atuar. Acabamos olhando as coisas de Deus sob o prisma humano, segundo o pensamento deste mundo e não segundo a vontade e o querer de Deus e nem segundo a sabedoria e providência divina. Achamos que somos o todo do processo e não simplesmente parte de um processo maior conduzido por Deus.
Em João, no capítulo quinze, podemos observar a questão de produção de fruto, da multiplicação. Olhando um pouco fora da caixa podemos observar que o que temos feito, nosso pensamento, atitude e a forma de atuar estão fora do propósito e da vontade de Deus. Nos achamos os condutores do processo e não compreendemos que somos parte do processo de Deus, instrumentos para realizar a Sua vontade.
Jesus falando aos discípulos afirmou o seguinte: “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.” (João 15:2, BEARA). E também: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:5, BEARA) e outro aspecto importante de Seu ensinamento: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (João 15:16, BEARA).
No reino de Deus multiplicação, ou seja, quantidade não é uma questão antagônica com a qualidade; mas sim um processo natural de expressão do propósito de Deus. Qualidade e quantidade estão associadas e é um processo natural. Quando não está ocorrendo, precisamos rever a nós mesmos, nossos conceitos, nossa motivação e a forma como temos nos visto no processo.
Quando Jesus disse que deveríamos pedir mais trabalhadores para a seara, nós normalmente pensamos em Deus enviar mais gente para trabalhar; mas não conseguimos nos inserir neste contexto, como sendo nós os responsáveis por estes trabalhadores. O que irá trazer mais trabalhadores? Quando multiplicamos, quando geramos vida, quando permanecemos na videira, isto é no Senhor, andando segundo a sua vontade. Fazendo assim será algo normal produzirmos frutos para o reino de Deus. Vida gera vida. Nós precisamos lembrar que somos parte do processo e não o dono do processo. Como instrumentos somos usados para alcançar as pessoas; para levar a vida de Deus, para fazer diferença, para ser luz. O convencimento do pecado, o crescimento é responsabilidade de Deus. Nós somente plantamos, regamos e colhemos. Este é o nosso papel como instrumento de Deus na multiplicação.
Como podemos fazer parte deste processo, como Deus deseja que façamos? Simples, como o próprio Jesus afirmou: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.” (João 15:7-14, BEARA).
Expressarmos a vida de Deus, obedecermos os mandamentos, cumprirmos, permanecermos na videira (no Senhor) são condição para que a multiplicação segundo a vontade de Deus ocorra por meio de nossa vida. A vida de Deus, o cumprir o propósito de ser sal nesta terra e luz neste mundo, somente se realizam quando permanecemos no Senhor, e cumprimos o seus mandamentos. Quando fazemos assim, manifestamos as virtudes de Deus neste mundo.
Permanecendo no Senhor a questão da multiplicação, da qualidade, da quantidade não serão questões antagônicas, mas coerentes com o propósito e o querer de Deus.