O evangelho é a manifestação da vida através da morte, é uma caminhada individual para viver uma vida de relacionamento. Não existe vida se não houver morte, não existe relacionamento se não houver a caminhada individual.
Jesus disse: “e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á. ” (Mateus 10:38-39).
Precisamos entender este princípio do evangelho de nosso Senhor, da vida a ser vivida na presença de Deus. Nunca existirá vida enquanto não houver a morte do homem natural. Enquanto insistirmos na manutenção de nossas vidas, nossos valores humanos, enquanto acharmos que o melhor para nós é defender os nossos direitos e a nossa vontade, não haverá vida. Enquanto não compreendermos que nada que faz parte da natureza humana é aprazível a Deus, enquanto não compreendermos que a cruz é o instrumento de morte, onde não pode existir o egoísmo, o orgulho, a avareza, a hipocrisia, a mentira, arrogância, e tantos valores arraigados em nós que prezamos e queremos conservar, mas que a vontade de Deus. Mantendo estes valores não haverá a vida de Deus manifesta em nós.
Somente experimentaremos vida de Deus, a sua vida eterna, somente nos sentiremos plenos, abundantes de vida, quando compreendermos que precisamos morrer para tudo relacionado a natureza humana. Não existe outra forma, não existe outra maneira.
A caminhada da morte é individual. Ninguém pode fazê-la para nós. Ninguém pode vive-la por nós. Assim como o Senhor caminhou sozinho para o calvário, levando todos os nossos pecados, nós, também, devemos fazer esta caminhada sozinhos. Cada ação, cada atitude, cada valor humano que rejeitamos, que abandonamos, estamos tomando a cruz. Quando fazemos assim, então compreendemos o caminho da cruz, quando compreendemos o caminho da cruz, para que haja a vida, então poderemos viver os nossos relacionamentos, a vida de corpo conforme o coração e propósito de Deus estabelecido há muito tempo para nós. Não fomos feitos para vivermos uma vida individual, não fomos feitos para ficarmos sozinhos, mas sim, para vivermos relacionamentos.
Quando morremos, somos capazes de aprender a viver relacionamentos, a olhar não para as nossas necessidades e desejos; mas para a necessidade do próximo, suas fraquezas, seus pontos fortes, e assim, somos capazes de suportar uns aos outros, honrar uns aos outros, amar uns aos outros.
Nunca existirá vida se não houver morte, nunca existirá relacionamento forte, vivido na presença de Deus se não houver a vida de Deus manifesta e revelada em nós. Nunca o Senhor será honrado, glorificado e reconhecido como o Cristo, o Salvador se não houver a expressão de unidade do corpo, o sermos um, uns com os outros conforme expresso em sua oração ao Pai.
Vivamos o evangelho de forma plena para a glória e louvor do nome de nosso Deus.