Quando olhamos a vida de Jeroboão, vemos claramente a falta de fidelidade com as promessas. E esta falta de fidelidade é decorrente do desconhecimento de Deus, de não confiar em Suas promessas e na condição de ser recebedor da bênção prometid. Podemos observar que logo depois que assumiu o reino, fez o que não deveria e qual foi a palavra do profeta para ele? Podemos ler: ” Vai e dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Porquanto te levantei do meio do povo, e te fiz príncipe sobre o meu povo de Israel, e tirei o reino da casa de Davi, e to entreguei, e tu não foste como Davi, meu servo, que guardou os meus mandamentos e andou após mim de todo o seu coração, para fazer somente o que parecia reto aos meus olhos; antes, fizeste o mal, pior do que todos os que foram antes de ti, e fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira, e me viraste as costas;” (1 Reis 14:7-9, BEARA).
O quanto somos semelhantes a Jeroboão? Quantos ídolos erguemos em nossos corações? Quanta confiança depositamos em valores e coisas deste mundo que são temporárias? Talvez não façamos imagens, nem esculturas, não colocamos intercessores, mas como temos vivido? Como conduzimos nossas vidas? Como enxergarmos a nós mesmos? Separamos em nossas vidas as “coisas do mundo” e as “coisas do reino de Deus”? Como conduzimos nossas ações e atitudes, como se fossem dois mundos distintos e que temos que andar de um para outro, fazendo as coisas do reino e as coisas do mundo?
Precisamos entender o que lemos, as promessas que nos são feitas; caso contrário, andaremos de forma equivocada, com medo, cheios de temores. Colocamos expectativas em nossas vidas querendo que Deus atenda, e que normalmente não seremos atendidos.
O que Deus é para nós? Alguém que tem que suprir e atender às nossas necessidades? É isto que precisamos entender. O que esperamos de Deus? Temos vivido como se Ele tivesse que nos conceder as bênçãos? Que fazemos isto ou aquilo, que nos empenhamos, que fazemos sacrifícios e que Ele tem a “obrigação” de nos abençoar? Vivemos de expectativas?
Se sim, isto que dizer que não entendemos nada. Não compreendemos quem somos, o que recebemos e nem o que Deus fez em nós e por nós. Não compreendemos o Seu plano e propósito para as nossas vidas e vivemos de fato uma religião e não o reino de Deus neste mundo como é da Sua vontade e plano.
Somos infiéis porque não compreendemos a vontade de Deus, não entendemos o Seu plano e nem a Sua vontade estabelecida para nós em Sua palavra e promessas. Ouvimos e confiamos em palavras que traduzem um verdadeiro engodo e que em nada está a vontade de Deus.
Temos que ter um entendimento básico da vontade de Deus, fomos salvos, reconciliados com Ele, por Sua graça, por meio da fé em Jesus Cristo. Esta é a forma de entrar no reino de Deus, de ter acesso à presença de Deus. Não requer esforço de nossa parte, empenho, mas sim, confiança, submissão a esta vontade e sujeição a Jesus como Senhor e Salvador. Com a reconciliação nascemos do espírito, somos feitos novas criaturas, recebemos da vida de Deus, da Sua natureza. Somos capacitadas para viver segundo a Sua vontade e para o Seu reino. Precisamos rejeitar as paixões humanas e nos submeter à vontade de Deus rejeitando tudo que procede da natureza humana. Quando nascemos de novo, além de filhos, nos tornarmos parte da igreja do Senhor, somos membros do corpo de Cristo, fazemos parte de um propósito que Deus estabeleceu para a igreja.
Sendo membro do corpo, tendo nascido de novo, recebemos em Cristo Jesus toda sorte de bênçãos, e fomos capacitados, para proclamarmos as virtudes de Deus, revelar por meio da igreja quem é o nosso Deus. Deus nos constituiu reino e sacerdotes, nação santa, povo de Sua exclusiva propriedade, fomos retirados do império das trevas para revelar quem é Deus aos homens e a todo principado e potestade.
Tendo este entendimento precisamos revelar quem somos e o que recebemos. Não é para sermos abençoados, mas, para abençoarmos todos os homens em todos os lugares. Não é para buscarmos o nosso interesse, mas, atender e suprir as necessidades dos outros. Não fomos chamados para viver para nós, nem para buscarmos o atendimento de nossos desejos e expectativas segundo a perspectiva humana, pois não é este o nosso propósito. Tudo que fizermos, fazemos para revelar e cumprir o propósito de Deus.
Devemos entender que não temos que fazer as coisas para alcançar e nem para ser algo, ou obtermos algo, mas, fazemos porque somos, recebemos e temos. Temos que fazer para revelar. Não podemos viver para expectativa, e nem Deus existe para suprir o que “achamos” que precisamos. Ele nos concede tudo que necessitamos para cumprirmos a Sua vontade. Somos abençoadores dos homens, das vidas que nos cercam.
Quando invertemos o nosso pensamento, quando renovamos a nossa mente com as verdades eternas, então compreendemos quem somos e qual é o nosso papel. Entendemos as promessas do Senhor, entendemos porque existimos neste mundo. Entendemos que não somos deste mundo, e que tudo que existe neste mundo são meios para cumprirmos a vontade de Deus nele.
Entendendo que somos, seremos fieis, honraremos o nosso Deus, pois compreendemos que Deus não existe para atender os nossos desejos egoístas, mas, que fazemos parte da Sua vida, e que o nosso papel é serví-lO e honrá-lO, e fazemos isto, servindo às pessoas que Ele coloca em nossas vidas.
Precisamos buscar o verdadeiro entendimento, precisamos refletir sobre estas coisas simples que Deus estabeleceu que parecem loucura, mas que muda completamente a forma de encararmos e vivermos neste mundo para cumprir a Sua vontade.