O que se prega? O que se ensina, tanto nas igrejas como no pensamento secular? Precisamos fazer para obter, precisamos nos esforçar para alcançarmos, precisamos nos empenhar para sermos abençoados e recebermos. Este pensamento tem origem no diabo e desde o primeiro pecado cometido pelo homem no jardim.
No reino de Deus, precisamos entender que é ao contrário. Por termos recebido, por termos sido abençoados, por nos ter feito, então devemos dar, devemos realizar. Não fazemos para alcançar, fazemos porque alcançamos, já recebemos. Assim é com todas as coisas, assim devemos proceder também com o dízimo, como está escrito: ” Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo.” (Deuteronômio 14:22, BEARA). Assim como Moisés falou acerca do dízimo da semente, também é com relação a todas as outras bençãos recebidas.
Damos do que recebemos. Isto que precisamos entender. Ele nos abençoou primeiro. Ele proveu o sustento, Ele concedeu. E por ter concedido devemos agir com gratidão, expressando o reconhecimento da bênção recebida. Damos do que recebemos, e não damos para receber. Damos para abençoar, para repartir, para ajudar. Não damos para ser abençoados, mas porque já fomos.
Vivemos uma crise de identifidade, não compreendemos quem somos e nem o que recebemos do Criador. Não entendemos a salvação, a reconciliaçaõ recebida e como devemos agir por termos recebido o que nos foi dado.
Temos que entender que Deus não deseja que façamos para alcançar a salvação da alma, a reconciliação com Ele. O que precisamos compreender é que a reconciliação é provida por Ele, é Ele quem dá, não depende de nosso esforço, de sermos bons, de fazermos algo, mas sim, da Sua graça, somente da Sua graça e por meio da fé na obra reconciliadora realizada por Jesus Cristo através da Sua morte na cruz. Isto não depende de nós. É um presente, uma dádiva de Deus para os homens. O que temos que fazer? Reconhecer a salvação, a reconciliação por meio da fé em Jesus Cristo, nos submetendo a Ele como Senhor e Salvador de nossa vida. Quando assim fazemos, somos feitos filhos de Deus, recebemos da natureza de Deus, da vida Dele.
Por termos recebido a natureza, por sermos filhos, como devemos viver? Devemos viver como filhos, revelando as virtudes, expressando a Sua natureza e a Sua vida entre os homens. Estamos entendendo? Fazemos, não para ser e nem para receber. Fazemos porque somos. Temos e recebemos por meio da fé em Jesus Cristo a natureza de Deus para andarmos e sermos Seus imitadores neste mundo. Não é para fazermos as coisas para sermos dignos de receber (este pensamento é demoníaco, é do diabo e não provém de Deus). O pensamento de fazer para receber é a origem da queda, do pecado e está carregado de orgulho, pois pressupõe a nossa capacidade de alcançar, de ser merecedor.
Assim como recebemos da natureza de Deus e temos a identidade firmada em Deus, então devemos proceder como Ele, isto é, por sermos, por termos recebido, fazemos. Assim é o padrão de vida que devemos revelar e manifestar neste mundo, assim devemos fazer com todas as coisas, inclusive com toda ajuda, com toda oferta e dízimos que damos. Damos não para receber, não para ter mais, mas sim, porque já recebemos, já fomos abençoados. Temos que entender estas coisas e viver segundo este padrão, caso contrário, estaremos longe do que seja a vontade de Deus.