Pensamos muitas vezes que somos diferentes, que evoluimos, que agimos com mais sabedoria, que hoje não temos ídolos, mas será isto uma verdade? Como podemos saber? Como devemos refletir sobre o que fazemos e como fazemos?
Quando lemos no livro de Jeremias podemos observar o seguinte: “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para de mim se afastarem, indo após a nulidade dos ídolos e se tornando nulos eles mesmos,” (Jeremias 2:5). ” Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra mim, os profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de coisas de nenhum proveito. ” (Jeremias 2:8)
” … Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória por aquilo que é de nenhum proveito. …” (Jeremias 2:10-12).
Podemos em nossos dias, conhecendo a graça, agir como o povo escolhido por Deus? Será que não temos sido iguais aos mesmos nas ações e atitudes que tomamos? Entendemos a aliança?
Precisamos aprender a olhar a nossa vida de fora, isto, é, olharmos com olhos críticos, e não com um coração cheio de religiosidade. Não podemos nos prender e sim analisar e nos criticar com relação ao que e porque estamos fazendo o que fazemos. Então a pergunta correta para nós é a motivação de irmos encontrar as pessoas? De celebrarmos culto, de visitarmos as pessoas que necessitam (não os amigos), mas os pobres, os idosos, crianças, hospitais? Fazemos isso com o intuido de afirmarmos que somos bonzinhos? Que fazemos boas obras? Para termos a sensação de dever cumprido e acharmos que Deus tem que nos abençoar pelo que fazemos e nos conceder o que precisamos?
Como olhamos a nossa vida e o que fazemos? O que queremos alcançar? O nosso propósito e razão de viver está em buscarmos os nossos sonhos? Ou o nosso foco é o reino de Deus, o proclamar as virtudes Daquele que nos chamou? Vivemos a nossa vida de maneira departamentalizada, ou seja, sendo um em cada lugar? Colocamos o nosso coração em acumularmos riqueza, em comprar casa, em termos um carro,uma boa profissão e sermos reconhecidos? Mas são estes os propósitos de nossa vida, ou são meios para que cumpramos o nosso propósito?
Não estaríamos fazendo da mesma maneira, construindo deuses, arrumando ídolos, substituindo o Deus verdadeiro pela nulidade destas coisas? Mas podemos dizer: temos orado e falado com Deus? Ou estamos fazendo de Deus um objeto de culto, uma divindade para usarmos como objeto de troca, que existe para atender a nossa necessidade por fazermos o que lhe agrada? Se usamos Deus como uma divindade que existe para nos atender, estamos simplesmente usando-O como um ídolo e não estamos alinhados com a Sua vontade e o Seu reino.
Para andarmos segundo a vontade do Pai, realizando o Seu querer e efetivamente cumprirmos o nosso papel, devemos entender o porquê existimos e fomos salvos. Precisamos entender o que significa morrer para nós mesmos, tomar a cruz e seguir a Jesus, o que significa proclamar o reino de Deus, ser carta viva, ser o bom perfume de Cristo.
Se tudo o que fizermos está voltado para nós, e para a satisfação de nossos desejos, e se usamos Deus para atender as nossas necessidades porque fazemos o que Lhe agrada, então, não estamos servindo a Ele, mas sim O temos como um deus, uma divindade, para nos atender o nosso querer.
Mas, se o nosso propósito de vida está, em proclamarmos as virtudes do reino, por meio de tudo que fazemos, em todo lugar, se somos e andamos, segundo os valores eternos de Deus, não para alcançarmos algo, mas para glorificarmos o nome do Pai, para sermos instrumentos para louvor do Seu nome. Se o que fazemos, realizamos tem o intuíto único de expressar gratidão, de desejar ardentemente que Deus seja glorificado, que o Seu reino seja conhecido, e que as pessoas venham e conheçam o Deus verdadeiro. Se ensinamos as pessoas não serem egoístas, não buscarem os seus interesses, se o nosso desejo é fazer a vontade do Pai, como Jesus, então, estamos cumprindo o nosso papel, pois não olhamos para nós mesmos, nem para o que podemos alcançar, mas, estamos nos oferecendo como uma oferta agradável a Deus.
Mudamos? Depende! A mudança, a revelação dos filhos de Deus está não no que fazem, mas na motivação porque fazem. Dois podem fazer as mesmas coisas, mas a motivação pode ser totalmente diferente.