Paulo escrevendo aos romanos afirmou o seguinte: “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,” (Romanos 5:20). A graça de Deus se revela de forma abundante. Não somos merecedores e nem dignos, Deus com o Seu amor manifesta a Sua graça de maneira a nos reconciliar com Ele.
A graça se revela abundante na salvação, na reconciliação, no perdão concedido sem qualquer merecimento de nossa parte e até mesmo, não existe nada que possamos fazer, em obras, para que nos tornemos merecedores desta graça.
Tendo sido reconciliados por meio de Jesus Cristo e Sua obra na cruz, onde cumpriu a justiça de Deus, Ele nos concede do Seu Espírito, nos dá da Sua vida, nos habilita, nos capacita para vivermos segundo a Sua vontade, conforme II Pd 1:3-4. E não só isso, mas também, nos ensina e nos conduz neste processo de santificação de nosso procedimento.
Fomos chamados para viver debaixo da graça, revelando e manifestando a vida de Deus. Nós fomos retirados do reino das trevas, libertos do poder do pecado, transportados para o Seu reino para proclamarmos as Suas virtudes. O propósito de nossa vida, como individuos e como membros do corpo de Cristo, por meio da igreja é revelar, proclamar, demonstrar as virtudes de Deus, é fazermos o reino de Deus uma realidade materializada neste mundo.
Agora, estamos cumprindo o nosso papel? Sim ou não? Estamos entendendo a questão de cuspir na graça?
Para aliviar a nossa consciência, mudamos os nomes das coisas de maneira que não chamamos mais pecado o que é pecado, damos outros nomes somente para justificar a nossa falha. Chamamos de fraqueza, de doença, de pisar na bola, de errar, mas não chamamos de pecado. Fazemos isto para negar tudo o que Deus fez, porque não assumimos e não cumprimos com o compromisso individual que temos que ter com o nosso Deus. Não nos preocupamos com a Sua glória, com o Seu nome, com os valores do reino. Achamos que “estar salvo” é suficiente e que podemos continuar a vida medíocre e escravos do pecado, não reconhecendo a libertação que foi provida por meio da obra de Cristo na cruz. Quando escolhemos continuar uma vida de pecado, o que estamos fazendo? Honrando a Deus, proclamamando as Sua virtudes?
Por isso, precisamos compreender que a salvação vem junto com um compromisso com o reino de andar e viver segundo os valores deste. Não se trata de opção, é uma questão de ordem natural das coisas. Como não pode uma árvore boa produz frutos ruins, não pode uma ruim produzir bons frutos. É simples e é o ensinamento de Jesus. Por isso precisamos chamar pecado de pecado e em nossas vidas abandonar, fazer morrer a natureza humana, para que a natureza de Deus se revele. Por isso a mentira, o engano, a hipocrisia, orgulho, arrogância, corrupção, preguiça, desonestidade, balança enganosa, egoísmo, avareza, adultério, malícia, fofoca, desprezo pelos outros não podem fazer parte de nossa vida, pois são ações que traduzem o pecado (viver de forma contrária a natureza de Deus).
Quando assumimos estas coisas em nossa vida e continuamos a praticá-las estamos de fato rejeitando a graça salvadora, estamos de forma simples, no português bem claro, cuspindo na graça. Como filhos de Deus, participantes do Seu reino não podemos permitir, pela capacitação recebia, o pecado em nossa vida.