Temos sido omissos perante Deus?

No evangelho de Marcos, podemos ler o seguinte acontecimento: ” Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?  Mas eles ficaram em silêncio.  Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.” (Mc 3:4-5). Era sábado, um homem da mão ressequida, e os ensinamentos dos religiosos estavam sendo questionados: não permitiam obras no sábado. O que faz Jesus? Questiona os ensinamentos e regras dos homens e não o fundamento do significado de não poder fazer obras em um sábado. Mas qual a atitude? Omissão. Não se questionam, mas procuram encontrar motivo para condenar aquele que os estava questionando e querendo levá-los a repensar a sua historia.

Nós não somos diferentes deles. Quantas e quantas vezes podemos ter e manifestar a mesma atitude? Colocamos os nossos interesses a frente do que seja a vontade de Deus?

A questão não é se criamos regras e condições que são preceitos de homens, mas é o tendo feito, e sendo questionados, ao invés de uma atitude de repensar, encaramos quem está nos questionando como inimigos, como aqueles que nos querem tirar o poder e autoridade que temos perante as pessoas. Não será este o motivo?  Valorizamos mais o pensamento natural humano que os valores eternos de Deus. Esta foi a atitude dos religiosos na época de Jesus, pois ele os estava questionando, procurando levá-los a repensar as decisões e atitudes que tinham tomado e a sua não compreensão do sábado.

Onde e quanto demonstramos omissão? Quando nos calamos diante das situações de injustiça segundo a palavra de Deus, quando devemos demonstrar misericórdia, compaixão, bondade, revelar graça ou atitudes de ajudar uns aos outros,  preferimos defender os nossos interesses, defender o nosso ponto de vista, nossa opinião, sem questionar-nos se este posicionamento é correto ou não.

Não podemos nos omitir diante das situações, não podemos nos calar para defender ou manter o que temos, ou o que alcançamos. Se diante de situações atendemos os valores de homens e não de Deus, estamos negando a própria vida, valores e virtudes do reino. Jesus disse que seríamos perseguidos, e seremos quando nos posicionarmos de forma correta e alinhada com a vontade de Deus, assim como Jesus fez. Quem nos perseguirá não é  a sociedade, mas os próprios religiosos que serão questionados quanto às suas ações e atitudes perante os valores e virtudes do Criador, ou nós mesmos seremos os perseguidores.

Repensarmos em quem somos, qual o fundamento de nossa vida, o que devemos priorizar e como devemos proceder. Precisamos entender que não se trata de arrogância, mas atitude humilde diante do Criador, e de obediência a Sua vontade e não de agir segundo o nosso pensamento.

Devemos nos colocar diante do Pai, reconhecendo nossa dependência (humildade) e que não podemos fazer nada que não seja do Seu querer, e assim, Ele nos conduzirá, nos levará a repensar em nossas atitudes e ações, e muitas omissões que cometemos, quando deveríamos agir, falar e expressar a vontade de Deus para os homens ou mesmo mudar o que estamos fazendo.

Não estamos aqui para defender uma religião, um pensamento próprio, mas o reino. Nosso compromisso e o nosso papel é revelar o reino, falar do reino, viver o reino neste mundo, de maneira que a vontade Deus se realize na terra como ela é uma realidade nos céus. O amadurecimento vem, quando nos empenhamos na carreira que temos que correr, rumo ao nosso destino, em sermos semelhantes ao Senhor.