Novamente a questão de ser o primeiro

“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles.  Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;  e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo;  tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir  e dar a sua vida em resgate  por muitos. ” (Mt 20:25-28).

O reino de Deus, em uma visão muito simplificada para entendimento, pode ser visto de maneira comparativa muito simplória ao anarquismo.

Por anarquismo, devemos compreender a definição como: “uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório e de Estado. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias baseadas na livre associação. Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem” (wikepédia, em 14/03/2014). Aqui entre nós, uma utopia, considerando a natureza humana.

A questão do reino de Deus parecer com o anarquismo está no sentido de olharmos sob a perspectiva humana, pois não se vê a hierarquia, não se vê a imposição e nem a coerção. O governo é de Deus, por meio do Espírito Santo que conduz o Seu povo segundo a Sua vontade. Precisamos entender que quem edifica a Igreja é o Senhor Jesus, não homens. As pessoas são meros instrumentos para que a vontade do Senhor se realize. E como instrumentos, cumprem uma vontade e esta submissão não é por imposição, mas de vontade própria e consciente, compreendendo a dependência que temos do Senhor.

Precisamos entender que cada um de nós, como membros do corpo devemos nos submeter a Deus, nos comprometer com Ele, e trabalhar pela edificação do corpo, crescimento uns dos outros. Não é nosso papel determinar e estabelecer regras, dogmas e atuar de forma coersiva sobre a vida das pessoas, mas sim, sermos cartas vivas, sermos exemplo e testemunho da graça manifesta e revelada em Jesus Cristo.

Por isso precisamos entender que liderança não é chefia, não é hierarquia, mas sim, exemplo, modelo, espelho a ser seguido, observado e respeitado pelas pessoas imaturas. Não consagramos pessoas a cargos, mas sim declaramos o reconhecimento de uma função exercida.

Dentro da igreja, assim como o Espírito distribuiu os dons e ministérios entre os homens para a edificação, ele usa cada um conforme a Sua vontade, a necessidade para a edificação da igreja. Por isso, olhando sob a perspectiva humana, parece ser uma anarquia, onde em cada momento alguém com uma função especial estaria a frente conduzindo segundo a vontade de Deus.

Mas, não confiamos no operar do Espírito, não nos submetemos à Deus, não nos sujeitamos à Sua vontade e achamos que nós é que sabemos o que precisa ser feito e se não fizermos ninguém irá fazer, e se não impormos ninguém cumprirá o papel. Isto, porque o problema não está nos outros, mas na liderança que é falha e não submissa ao Criador. Falta compromisso com o Pai, falta submissão ao senhorio de Jesus.

Enquanto acharmos que Deus não é suficiente para governar da maneira Dele, assim como foi o povo de Israel, estaremos formando e criando cada vez mais denominações, instituições humanas que parecem cumprir a vontade de Deus, mas que no fundo, são instituições humanas, religiosidade pura e que não tem nada a ver com o reino de Deus.

Enquanto insistirmos em um modelo errado, não vamos compreender que ser o maior está relacionado a servir e não em mandar. Em ouvir e ensinar o que vem de Deus, como ser exemplo para o rebanho, e não segundo o nosso coração e pensamento humano. Aprendamos cada vez mais a sermos instrumentos do Senhor na Sua Igreja.

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Novamente a questão de ser o primeiro