Esta consciência de separação, que fomos chamados para o Reino de Deus para vivermos segundo os valores deste reino, separados deste mundo, precisamos ter a santificação como algo fundamental para expressão do que recebemos e de quem somos. Tendo a consciência do pecado como algo contrário à natureza de Deus, precisamos abandonar, rejeitar, nos despojar de tudo que se opõe à Sua natureza, como o autor da carta aos hebreus comenta: ” Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;” (Hb 10:26).
Tendo esta consciência que não podemos continuar a viver uma vida debaixo do pecado, mas sim, segundo os valores do reino e entendendo o propósito de Deus, o que fez, como fez, tendo todos os exemplos de fé, de esperança nas promessas, não podemos continuar a viver da mesma maneira, como está escrito: ” Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue” (Hb 12:1-4).
A carreira proposta está relacionada a buscarmos, despojando de tudo que procede da natureza humana, à semelhança do nosso Senhor. Tendo Jesus, o autor e consumador de nossa fé, como exemplo, modelo de filho, devemos abandonar o pecado para viver uma vida que agrada a Deus. A carreira está relacionada em cada passo dado, reconhecermos o nosso estado, o que vivemos de forma contrária a natureza do Pai, então rejeitarmos e continuarmos a correr. Não podemos deixar o pecado nos prender, nos impedir de viver os valores do reino. Fomos libertos das trevas, curados, feitos livres, capacitados para vivermos da forma que agrada a Deus. Ele nos concedeu de Sua natureza, nos fez participantes da Sua vida para que por meio da fé, tenhamos esta forte convicção que fomos feitos filhos, capacitados para andar segundo o Seu coração.
Precisamos abandonar terminantemente toda e qualquer prática do pecado por causa da obra e do propósito de Deus para a nossa vida. Temos que resistir, rejeitar completamente o domínio do pecado, não podemos continuar a viver debaixo dele, nós que para ele já morremos. Ele não tem domínio sobre a nossa vida. Somos filhos para revelar a vida e a natureza de Deus, demonstrarmos por obras a reconciliação, a salvação e a libertação recebida.
Não podemos ser indolentes (apáticos) com relação ao pecado em nossas vidas. Não podemos nos deixar dominar, temos que resistir, como Paulo afirma, esmurrar o corpo, reduzir a escravidão, pois fomos chamados para sermos vasos para a honra, para revelar e manifestar a vida de Deus.
Como podemos aceitar, nos deixar ser dominados pelo pecado, nós que para ele morremos? Precisamos cada vez mais, correr de maneira que a vida de Deus se revele em nós e através de nós, para que o Pai seja glorificado, para que perante o nome do Senhor joelhos se dobrem e o confessem como Senhor e Salvador, o reconciliador dos homens. Somos embaixadores para revelar e manifestar os valores do reino. A igreja existe para que a vontade de Deus se realize nesta terra, como oramos no Pai Nosso.