Em Jesus podemos ter o exemplo de que devemos orar, inteceder, pedir pelos outros, conforme sua oração em João 17: ” Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;” (João 17:20). Temos também, as recomendações e pedidos de Paulo, mas por que devemos de fato orar pelos outros? Não sabe Deus suas necessidades? Ele não é capaz de suprí-las, guardar e conduzir muito mais que nós?
A resposta para estas perguntas é: sim, Deus conhece e sabe o que os outros precisam, mas nós precisamos compreender a importância da oração por eles. Pedimos pelos outros, não por causa deles, mas sim por nossa causa. A razão não é o outro e sim nós.
Vamos entender o contexto e a forma de Deus operar e nos ensinar. Ele deseja que sejamos semelhantes à Ele em tudo, seus imitadores. Mas para sermos imitadores, precisamos nos compadecer, manifestar piedade, pois se isto não for uma realidade, não conseguiremos ser Seu imitadores. Quando nos compadecemos, somos capazes de nos mover em favor daqueles que precisam.
Pedimos porque precisamos aprender a ser instrumentos passíveis de serem usados por Deus onde e quando precisar. Bom, vamos lá. Como Deus opera na maioria das vezes? Através de milagres, obras poderosas? Não, Ele faz isso por intermédio de pessoas, Ele usa os Seus filhos para que a Sua vontade se cumpra.
Quando pedimos pelos outros e não por nós mesmos, aprendemos a não sermos egoístas, a olhar além de nós mesmos. Quando deixamos de ser egoístas, estamos tornando o nosso procedimento santo e passamos a ser imitadores de Deus, isto porque deixamos de buscar os nossos interesses e aprendemos a olhar um pouco além, começamos a enxergar a necessidade, a dificuldade e limitação dos outros.
Jesus nos ensina a orar pelos outros por essa causa. Não é para Deus ver e agir, mas para que enxerguemos e passemos a agir em favor dos outros. Somos os instrumentos de Deus. Ele realiza a Sua obra por nosso intermédio. Somos o meio que o nosso Senhor tem para que a Sua vontade e o Seu querer se tornem realidade nesta terra. Quando sentimos compaixão pelas vidas, mesmo que sejam por aqueles que estão longe e não podemos fazer nada, terão outras pessoas à nossa volta que necessitam tanto quanto aqueles que estão distante. Não podemos fazer nada pelos que estão longe, mas podemos pelos que estão perto, e se somos capazes de nos compadecer dos distantes, então aprendemos a ter o mesmo sentimento para com os que estão ao nosso lado.
Assim fazendo, seremos instrumentos de Deus, a Sua igreja, cumprindo a Sua vontade, fazendo-a real e materializada na terra, não uma pessoa religiosa que se preocupa somente consigo mesma e com as suas necessidades, mas a expressão viva e verdadeira de Deus na terra, se movendo em favor do mundo para levar a Sua vida à todos os homens.
Oramos, intercedemos não para mover Deus, mas para que nós sejamos movidos pelo mesmo mover de Deus em nosso favor. Compreendemos isso? A questão não é Deus, não é o outro, mas nós sermos o instrumento adequado e preparado por Deus para realizar a obra em favor de outras vidas que não nós mesmos.
Devemos, precisamos orar, interceder por todos os homens. Devemos orar pelos nossos irmãos, líderes, parentes, amigos, inimigos, governantes, doentes, necessitados e famintos para aprendermos a nos compadecer e sermos capazes de nos mover em favor daqueles que estão próximos a nós.
Caminhar na Graça 