Participar da ceia do Senhor

Não podemos participar da ceia do Senhor com entendimento equivocado sobre o seu significado e importância, devemos refletir sobre o propósito e a vontade de Deus estabelecida e o Seu plano.

Paulo escrevendo aos corintos, afirma: ” Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.  Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.  Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice;  pois quem come e bebe sem discernir o corpo,  come e bebe juízo para si.” (1 Coríntios 11:26-29) E ele fala também: ” Porventura, o cálice da bênção que abençoamos  não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?  Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão.” (1 Coríntios 10:16-17).

Por isso, precisamos discernir, ter o entendimento de corpo. Não é uma questão de indivíduo, da minha pessoa, das minhas necessidades, dos meus interesses, das minhas bençãos, do que vou receber; mas entendermos que não somos um indivíduo, mas sim, um corpo. Somos membros uns dos outros, participamos de um coletivo, da igreja, onde somos pedras vivas, participamos da construção de um templo, para a morada de Deus. A questão não sou eu, mas os outros, o crescimento, o amadurecimento, o entendimento do meu papel no corpo para a edificação e crescimento.

Precisamos andar de modo digno da vocação, participar do corpo com a consciência do nosso papel nele, como instrumento de Deus, como Paulo escreveu: ” Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor,  que andeis de modo digno da vocação  a que fostes chamados,  com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,  esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;  há somente um corpo  e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;  há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;  um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.  ” (Efésios 4:1-6).

Tendo a consciência de corpo, como Deus deseja, pois é através da igreja, do corpo, no qual somos pedras vivas, que Ele se manifesta, se revela. Como podemos observar: ” A mim, o menor de todos os santos,  me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo  e manifestar qual seja a dispensação do mistério,  desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas,  para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades  nos lugares celestiais,  segundo o eterno propósito que estabeleceu  em Cristo Jesus, nosso Senhor,  pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele.” (Efésios 3:8-12).

A questão não sou eu, mas sim, o meu papel, a minha consciência, entendimento e discernimento que tenho do corpo, de participação nele, de contribuir, de ser instrumento para o crescimento e amadurecimento. A questão não é o para mim, mas o que eu posso fazer em favor do outro para a sua edificação e crescimento, sabendo que é pela igreja que Deus revela a Sua multiforme sabedoria.

Entender e buscar a compreensão do nosso papel na edificação da igreja, como instrumentos de Deus, buscando o aperfeiçoamento, correndo a carreira proposta, buscando a semelhança do Senhor, seremos instrumentos úteis ao nosso Deus para o seu eterno propósito estabelecido em Cristo Jesus.

Por isso a questão não é o partir o pão, não é tomar o vinho, mas como cada um de nós faz isso. Se fazemos pensando em mim, para mim, estamos fazendo de forma egoísta, mas se fazemos pensando no outro, no que podemos fazer pelo outro, pela sua edificação, no suportá-lo, ajudá-lo, sermos instrumentos para a sua edificação e se o que fazemos tem por objetivo, compreender o nosso papel para a edificação do outro, se a nossa jornada está na busca da santificação, do tornar santo os nossos procedimentos, sendo exemplos e testemunhos da transformação operada por Deus. Se o papel que desempenhamos no corpo, revela, materializa as coisas espirituais que Deus, por meio de Jesus, realizou em cada um de nós, estamos entendendo que não vivemos para nós mesmos, mas para o Senhor.

Por isso, quando pegamos o pão, damos graça e o partimos, devemos lembrar que fazemos isso em memória do nome do Senhor, lembrando-nos que somos parte de um corpo, que existimos por causa da pessoa com quem partimos o pão, comemos do mesmo corpo, da mesma vida de Deus, e que existimos por causa do outro. E o vinho para não esquecermos nunca que é o sangue, o sangue do Senhor, que nos purifica, que nos livra do pecado, e que nos apresenta diante do Pai, santos, inculpáveis e irrepreensíveis e que a salvação não depende de nós, nem de nossas obras, mas da obra do Senhor em nosso favor. E que precisamos viver a unidade do corpo para que o Senhor seja conhecido e reconhecido como o Salvador.

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Participar da ceia do Senhor