Não voltar aos princípios que escravizam

Este é uma aspecto muito importante na jornada de santificação do nosso procedimento, de vivermos segundo o coração de Deus, que trata do aspecto de mantermos firme na jornada que Ele deseja para as nossas vidas e de nos fazer semelhantes ao seu Filho, que é: não deixarmos que voltemos aos princípios e fundamentos de uma vida guiada pela natureza humana, de querer fazer segundo a força do nosso braço, estabelecendo leis, dogmas, pensamentos que parecem ter aparência de sabedoria, mas que no fundo, estão baseados na carne, Não no pensamento segundo a natureza de Deus, e que nos levam à escravidão e não à vida debaixo da graça e da lei estabelecida pelo amor.

Sobre isto, Paulo em sua carta aos Gálatas, afirma o seguinte: “mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres,  aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?  Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.  Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco. ” (Gálatas 4:9-11) e, também, ” Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. ” (Gálatas 5:1).

Esta é uma lição muito importante que precisamos guardar. Não podemos voltar para os rudimentos do mundo, para os princípios que norteiam uma vida segundo a natureza humana. Precisamos aprender a viver a vida cristã, como imitadores de Cristo, andando segundo a graça e lei da liberdade para a qual Cristo nos chamou. Não podemos nos submeter a regras como: guardar dias, meses, rituais, ou seja, regras criadas por homens, que procuram tirar a liberdade e o processo de aprendizagem de sermos guiados pelo Espírito de Deus. Transformam a graça em leis. Se não são os outros, somos nós mesmos. Criamos rituais e regras, vivemos de aparências, e não uma vida transformada por Deus, que nos chamou à liberdade de Cristo.

Nossa jornada de aperfeiçoamento deve ser direcionada somente pela lei do amor, pois toda a lei se resume no cumprimento deste mandamento de amar ao próximo como a nós mesmos (Gl 5:14). Esta é a única lei que deve nos guiar. E precisamos entender, pois o mandamento do amor está calcado no fato e não fazer e nem usar o outro em nossos interesses e nem na satisfação de nossas necessidades.

Como nos manter na jornada, vivendo a lei da liberdade, debaixo da graça? Duas coisas precisamos observar.

Uma é com relação à criação e estabelecimento de regras: rituais e condições que beneficiam somente a aparência e não uma transformação e uma vida que provém do interior, de um coração transformado. Não podemos viver hipocrisia e nem sermos religiosos, precisamos revelar Deus, sermos cartas vivas. Então precisamos sempre nos julgar quanto as nossas atitudes e motivações.

A outra é que na jornada do crescimento, amadurecimento, temos que abandonar os frutos da carne e viver segundo os do Espírito. Como está na carta aos gálatas: ” Ora, as obras da carne  são conhecidas e são:  prostituição, impureza, lascívia,  idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,  invejas,  bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.” (Gálatas 5:19-21). Alguns não precisamos ser explicados ou dissecados, estão claros, como prostituição, adultério e isto não pela consumação do ato, mas pelo desejo brotado em nosso coração (conforme palavras de Jesus), e outros podemos observar em nosso dia a dia nas ações que realizamos e motivações, como: porfia (contenda de palavras, obstinação), dissensão (litígio, disputa, querer prevalecer o seu pensamento, falta de entendimento), facção (formação de grupos com ideias contrárias, incentivo à separação). Tudo isso é obra da carne e não manifestação do Espírito da graça no meio do povo cristão. Estas atitudes demonstram imaturidade, falta de crescimento espiritual, falta de cumprimento da lei do amor, falta de submissão e humildade diante de Deus.

Agora, quando falamos dos frutos do Espírito o que podemos observar? ” Mas o fruto do Espírito  é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,  mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.  E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.  Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5:22-25), vamos lá: longanimidade é suportar com paciência as ofensas, ser capaz de suportar as adversidade, sabendo quem está no controle e julga todas as coisas. Benignidade é a caracteristica manifesta de quem é benevolente, compreende a limitação dos outros. Mansidão: é aquele desprovido de inquietação, ansiedade, pois sabe quem está no controle, quem é o dono da obra, compreende que não é uma questão de força, mas do operar do Espírito da vida das pessoas.

Tendo  este discernimento, entendimento, conhecimento, não podemos nos deixar ser escravizados pelo pensamento deste mundo e voltarmos aos rudimentos que nos afastam da graça de Deus, da liberdade para a qual Ele nos chamou. Temos que viver uma vida submissos a Deus, debaixo do direcionamento do Espírito nesta jornada de aperfeiçoamento e santificação, para que o nome de nosso Deus seja glorificado em nós e por nosso intermédio.

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Não voltar aos princípios que escravizam

2 pensamentos sobre “Não voltar aos princípios que escravizam

  1. Vamos refletir:
    o que é a ansiedade? Não é o preocuparmos com uma situação que não temos controle? Ficamos ansiosos com relação aos nosso filhos, ficamos ansiosos com relação a termos ou não emprego, como iremos nos sustentar, o que faremos e como faremos determinadas coisas que estão totalmente fora de controle, não é? A ansiedade é resultante de queremos ter o controle, de sermos donos da situação, nada mais nada menos, que querermos ser como Deus.
    No fundo, representa para nós a total falta de confiança em nosso Pai. Não confiamos na suas promessas e nem no seu cuidado por nós, não é verdade? Por que estas situações ocorrem? São as provações que Ele permite para amadurecermos, para aprendermos a confiar nele. Quando passamos a olhar estas situações sobre esta perspectiva, nós aprendemos a confiar Nele e saber que Ele cuida de todas as coisas. Este processo de amadurecimento não virá na primeira provação; mas em um processo de confiar, depois não confiar, e então confiar. Aprendermos a colocar aos pés da cruz toda a nossa ansiedade.
    Temos que olhar desta maneira, como a expressão do amor de Deus que permite que passemos por estas situações para crescermos, para amadurecermos e aprendermos, como filhos maduros, não só a confiar nele, mas sempre em descansar.
    Este processo de amadurecimento está relacionado ao que Pedro escreveu (2 Ped 5-9).
    É o desenvolvimento da mansidão como fruto do Espírito em nossas vidas; pois a mansidão significa que não importa o que esteja acontecendo, o que estamos passando, o que estamos enfrentando, se o rio está correndo para cima ou para baixo; mas temos a certeza que Deus está no controle de todas as coisas.
    Assim que aprendemos a amadurecer e a crescer. Assim que não voltamos ou deixamos os princípios e fundamentos do mundo que nos escravizam.
    O Pai quer que aprendamos a viver na sua dependência, confiando Nele que Ele sabe o que é melhor e tudo que nos acontece é para o melhor, tanto nosso, como para o reino de Deus. Isto mesmo que pareça segundo a perspectiva do mundo a maior “desgraça” nas nossas vidas; mas nós confiamos em nosso Deus.

  2. Maria Célida Silva Naves disse:

    Ennio, bom dia. Gostei dessa mensagem de não voltarmos aos princípios que escravizam. Mas quando você é “atacado” por exemplo por uma chuva de ansiedade, o que fazer?

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