Jesus afirmou o seguinte: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos. ” (João 14:15). Podemos dizer que conseguimos obedecer e cumprir; mas conseguimos refletir realmente o quanto amamos a Deus e qual é o limite deste amor?
É algo importante para pensarmos. Quanto amamos a Deus? Tem como medir? Talvez sim. Quando analisamos a igreja, quando analisamos relacionamentos, as características que a mesma tem, nós consideramos que uma igreja, um relacionamento é tão forte, quanto o aspecto mais fraco e insuficiente que apresenta. Temos, também, um ditado que afirma que força de uma corrente (sua capacitade de segurar, reter) está diretamente relacionado ao seu elo mais fraco.
Dorothy Day, afirmou o seguinte: “O nosso amor a Deus, pode ser medido por quanto amamos a pessoa que menos amamos”. Ou seja, a expressão verdadeira de amor a Deus é expresso por quanto amamos a pessoa que julgamos menos merecedora de nossa expressão de amor, compreendemos isso?
Como medir o amor que temos por Deus? Através da pessoa que menos amamos. Por que? Por através dela podemos observar o quanto compreendemos e aceitamos o amor de Deus por nós. Nós olhamos os outros com os nosso olhos e não com os olhos que fomos mirados e aceitos por Deus.
Nós amamos a Deus na expressão que amamos as pessoas, e devemos medir este amor pelas pessoa que menos amamos. Por que devemos fazer assim? Por um simples fato: por que achamos que somos merecedores de mais graça, mais amor que outros? Por que achamos que podemos ser seletivos quanto a quem amar? Por que achamos que possa ter alguém que não mereça tanto o amor de Deus quanto a pessoa a quem dispensamos com alegria?
A questão de amar e obedecer os mandamentos do Senhor, está relacionado a compreendermos o amor recebido e dispensar este amor. Jesus afirmou a questão da obediência, por compreender que quanto efetivamente o amássemos, estaríamos cumprindo o que Ele determina, e isto, não por obrigação; mas como expressão de gratidão, de compreensão do amor recebido e da graça e amor derramados em nossas vidas. O segundo maior mandamento está relacionado a amar o próximo e não está estabelecendo grau e nem intensidade de amor. Dizer que amamos mais um que outros, que alguém é mais merecedor que outro, é sermos arrogantes e não compreendermos o que foi feito em nosso favor.
Não dá para amar mais ou menos. E isto, também, precisamos entender, não é uma questão de amanhecer amando todo mundo da mesma maneira; mas sim, como um processo, compreendermos a santificação, e o desejo de Deus para que expressemos a Ele de forma plena em tudo o que fizermos. É um processo de crescimento e amadurecimento, de conhecimento e de empenho; de rejeitar a natureza humana e manifestar a natureza divina.
Por isso, se adotamos uma postura de que não vamos mudar e não queremos mudar, demonstramos o quanto estamos sendo obstinados quanto a vontade e o querer de Deus. Assim, enquanto não empenharmos em revelar toda a vida de Deus, demonstramos que não amamos a Ele como lhe é digna, e uma das formas de avaliar é se carregamos mágoa, decepção e não amamos as pessoas que nos cercam, especialmente as que mais precisam conhecer e compreender o amor de Deus.