Quando olhamos a vida de Pilatos, a sua atitude diante da nação de Israel e especialmente dos religiosos; mesmos tendo a consciência que algo era injusto, praticou a injustiça, e simbolizando pelo lavar de suas mãos, estava querendo tirar a sua culpa; mas não seria a Sua omissão um ato de injustiça e de sua responsabilidade? Como podemos ler em Mateus o que fez: “Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco!” (Mateus 27:24, BEARA).
Não temos crucificado Jesus, embora sejamos responsáveis diretamente pela crucificação por causa do nosso pecado, de sua crucificação; o quanto temos praticado obras semelhantes a Pilatos? O quanto temos praticado obras de injustiça? O quanto temos sido omissos diante das injustiças que ocorrem a nossa volta? O quanto nós mesmos temos negado o direito do pobre e do necessitado? Por que achamos que não somos responsáveis? Por que não causamos?
Mas, precisamos entender que quando nos omitimos, quando nos calamos, diante de tanta injustiça, diante de tanto ato de corrupção, diante de tanta injustiça social, ou mesmo quando usamos dinheiro público e distribuimos a quem não precisa; não estamos sendo injustos e praticando obras de injustiça, como está em provérbios: “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado.” (Provérbios 14:31, BEARA). Com as nossas atitudes, não temos sido responsáveis por mais opressão na vida de quem necessita?
Não podemos ser omissos, não podemos nos compactuar com atos de injustiça; temos sim, como cidadãos do reino, como conhecedores da justiça de Deus, revelarmos não só pelos nossos atos, individualmente, e como igreja, os atos que revelam Deus; mas precisamos, ir além, não podemos nos compactuar com o que ocorre em nossa sociedade; mas devemos, de forma pacífica, com sabedoria, com discernimento, revelar, contestar, proclamar e protestar contra os atos de injustiça que são praticados pelos nossos governantes e pelas pessoas nas instituições públicas.
Quando nos omitimos, quando calamos; nós não só somos coniventes com as injustiças; mas declaramos em alto e bom som, que compactuamos com as decisões e ações tomadas. Não podemos ser participantes de atos de corrupção (não importa a escala), não podemos usar, devido ao nosso poder de influência, o recurso público para atender os nossos interesses; mas sim, para atender as necessidades daqueles que necessitam.
De que adianta proclamarmos que estmos fazendo obras sociais, que estamos ajudando a comunidade se os únicos beneficiados com isto, somos nós mesmos. Onde está a justiça social? Onde está o revelar a justiça de Deus, que sempre atua em favor dos menos favorecidos? Precisamos rever o que temos feito e como temos feito. Não podemos andar de braços dados com a mesma cultura dominante, com os mesmos valores de uma sociedade corrompida. Sejamos filhos, revelemos a vida de Deus em todas as nossas ações; e não nos calemos; pois se o fizermos, até as pedras clamarão.