Paulo escrevendo aos efésios, afirma o seguinte: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6:11-18).
Como é esta luta? Qual o nosso papel nesta batalha espiritual que enfrentamos todos os dias de nossa vida? O que significa a vitória ou derrota? Como podemos vencer?
Jesus disse: “…, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16:18). O que Jesus quis dizer com relação ao fato que as portas do inferno não prevaleceriam sobre a igreja que Ele iria edificar?
Precisamos compreender uma coisa muito simples, mas fundamental e extremamente importante: o mundo jaz no maligno, todos os homens pecaram e estão condenados. O juízo já foi estabelecido pela ação do homem. A sua condenação já está determinada por causa do pecado, da sua desobediência, sua atitude rebelde quanto ao plano e a vontade de Deus.
Mas Deus no seu amor e por meio de Jesus Cristo, reconcilia o homem com Ele, somos salvos, reconciliados, justificados diante dEle por meio de Jesus Cristo. Recebemos o perdão do pecado quando nos submetemos a Deus, quando entregamos nossas vidas a Jesus, para que Ele seja Senhor e o nosso Salvador. Recebemos a reconciliação, a justificação por meio da cruz, da sua morte na cruz. É na cruz, na nossa morte com Cristo, que recebemos, quando nos arrependemos de uma vida fora do propósito de Deus, o perdão do pecado.
Quando Jesus fala que o reino de Deus é chegado, quando fala que Ele iria construir a sua igreja, Ele está falando do reino, da noiva, do povo que é propriedade exclusiva de Deus, que fazem parte do reino de Deus, isto é, todos aqueles que se submetem ao Seu Senhorio.
A medida que novas pessoas venham fazer parte da igreja, o que está acontecendo é que o reino de Deus está expandindo, entrando e recuperando as pessoas do inferno da perdição. Não estamos falando de religião, mas de um novo reino, de trazer pessoas para este reino. Quando isto está acontecendo, não tem como o inferno resistir, não tem como prevalecer com a ação da igreja, do reino de Deus. As pessoas não são tomadas por força, mas pelo manifestar das virtudes do reino.
É nesta batalha que estamos inseridos, ou seja, em conquistar, em reconciliar, em tomar as pessoas do poder do Diabo, da escravidão do pecado, e leva-las a libertação, a cura, a restauração da comunhão com Deus. Como podemos fazer isso? Como podemos vencer esta batalha? Impondo? Estabelecendo regras? Por pressão? Isto que precisamos compreender. Não é por imposição que se vence a luta, a batalha espiritual que estamos travando.
E o que precisamos compreender que o nosso objetivo não é transformar as pessoas, não é mudar as suas atitudes; mas revelar a cada um a vida de Deus. Falhamos na nossa batalha e luta espiritual que estamos engajados quando não revelemos as virtudes do reino.
Talvez, quando não temos o entendimento, as batalhas mais importantes que enfrentamos estão em pequenos gestos, em pequenas atitudes, em pequenas ações de nosso dia a dia, nos relacionamentos que desenvolvemos.
Como? Simples! Quando alguém nos agride, como revidamos? Na mesma moeda? Demonstramos grosseria, ou agimos como Jesus comentou: voltar a outra face? Temos ou não sangue de barata? Ou quando demonstramos integridade em nossas ações, como, por exemplo: não aceitarmos troco errado (principalmente quando nos beneficia), não aceitarmos a sonegação de impostos, não corrompermos um policial no trânsito. Ou mesmo quando não mentimos diante de uma situação, mesmo que signifique prejuízo para nós. Quando somos capazes de aceitar um prejuízo, diante de uma determinada situação. Ou quando somos educados, em um simples ato, como abaixar e pegar alguma coisa para alguém, ceder o lugar para que alguém mais velho ou cansado que nós possa se assentar. Ou quando agimos em favor de alguém em detrimento de nosso querer, ou simplesmente, quando somos educados, abrimos um sorriso, cumprimentamos uma pessoa.
São nestas atitudes e muitas outras, simples de nossa vida, nos nossos relacionamentos que vencemos a batalha espiritual, que fazemos com que o reino de Deus expanda, adentrando as portas do inferno e recuperando vidas para o reino de Deus. Não para fazer prosélitos; mas cristãos, imitadores de Cristo na sua plenitude.
No sermão da montanha encontramos todas as atitudes que pela graça, na dependência do Espírito, podemos revelar a vida de Deus e assim vencer cada luta, cada batalha, que temos que travar contra os dominadores deste mundo, para que a vontade do Pai se cumpra na terra como ela é realizada nos céus.
Por isso, antes de qualquer atitude, antes de qualquer reação; devemos parar e refletir qual o impacto que terá para o reino de Deus e se irá glorificar o nome do Pai.