Uma das grandes virtudes de um servo de Deus está relacionada a sua capacidade de se colocar diante do Pai em favor do seu reino, das vidas, manifestando compaixão, tendo sobre os seus ombros a responsabilidade pelas pessoas e assumindo para si o peso de suas falhas.

Este tipo de exemplo podemos observar na oração que Neemias dirige a Deus quando toma conhecimento da situação de Jerusalem: “E disse: ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado. Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.” (Neemias 1:5-7).

Neemias acusou, jogou responsabilidade sobre os outros? Apontou as falhas e erro dos outros? Mostrou a infidelidade dos outros? Ou ele assumiu para si, esta responsabilidade? Ele se incluiu na situação da nação e do povo de Israel quanto ao pecado? Não trouxe para ele esta responsabilidade? Ou ficou, porque era copeiro do rei, jogando esta responsabilidade para outras pessoas, apontando a elas o que deveriam fazer? Não incluiu e não agiu ele em favor do seu povo?

Estamos entendendo a situação? Estamos entendendo a postura que devemos ter? Devemos jogar a culpa nos outros pelas falhas e erros, ou devemos assumir para nós esta falha? Devemos jogar nos outros a culpa pelo pecado e por não andar segundo o coração de Deus, ou deveoms trazer para nós esta culpa?

Por que um povo não ora, não conhece a palavra, não obedece a vontade de Deus? Assim como em uma nação, quando os governantes não fazem o que é justo, são corruptos, agem com desleixo; assim também é o povo. Também é com relação aos valores espirituais. Se a liderança falha no exemplo, no testemunho, no trazer para si a responsabilidade, também os membros do corpo irão seguir o seu exemplo.

Precisamos compreender o nosso papel, precisamos compreender a importância de nossas atitudes, de chamar a todos os irmãos a seguirem o nosso exemplo. Isto quer dizer que todos seguirão? Não; mas isto irá ensinar, levar aqueles que tem um coração sincero diante do criador a fazer e a viver segundo o coração do Pai. Quando trazemos para nós esta responsabilidade, podemos revelar a mesma atitude de Paulo, quando clama para que todos sejam os seus imitadores como ele é de Cristo.

Estamos entendendo isso? Era Paulo perfeito? Não cometia ele erros em sua atitude? Sim, ele errava como qualquer um de nós; mas a responsabilidade que ele tinha perante a igreja, a sua preocupação com o amadurecimento, em ser exemplo, em se mover pelo amadurecimento e crescimento dos irmãos era inegualável.

Só alguns são líderes? Não, este é outro ponto que precisamos entender. Temos que trabalhar, nos esforçar, nos empenhar para que todos cheguem a maturidade espiritual; e isto ocorrendo, todos que são maduros, que manifestam os frutos do Espírito, então agiram comissionados pelo próprio Espírito no processo de conduzir outros as mesmas atitudes. Precisamos compreender que o papel de líder no corpo não é para alguns; mas para todos os filhos maduros, que buscam o crescimento e baseiam a suas vidas na semelhança a Jesus. Precisamos parar de olhar para nós mesmos, culpar os outros e assumir o papel que Deus tem nos concedido, de forma a trabalharmos em favor do corpo.