Jesus foi muito claro quanto a obedecer e cumprir a sua vontade. Quem o fizesse demonstraria o seu amor, como ele disse: “— A pessoa que aceita e obedece aos meus mandamentos prova que me ama. E a pessoa que me ama será amada pelo meu Pai, e eu também a amarei e lhe mostrarei quem sou.” (João 14:21).
Precisamos compreender que tudo é uma questão de perspectiva e como olhamos as coisas. A obediência a Jesus implica na rejeição completa de todos os aspectos relacionados a natureza humana, pois ele não ensinou nada sobre a natureza de Deus que não fosse contrário ao que a natureza humana tem prazer em fazer.
Quando olhamos as coisa na perspectiva de perder, de não poder ter, então é difícil deixar de fazer. Quando mantemos os nosso olhos fixos nas perdas, então é muito complicado abandonar, deixar de fazer uma prática que seja contrária a natureza de Deus.
Por que é difícil obedecer a Jesus? Por uma simples razão, as coisas que deveríamos desprezar, que nos escravizam, que nos impedem de experimentar a verdadeira liberdade, além de nos escravizar, nos cegam. O nosso orgulho, nossa cobiça, nossos desejos, nossa vontade, nossa inveja são mais importantes que os atributos da natureza de Deus e seus valores totalmente invertidos com relação ao nosso. Consideramos o que fazemos ou queremos fazer mais importante que o que foi prometido e concedido por intermédio de Jesus Cristo.
Enquanto acharmos que os nossos interesses, o nosso orgulho, a nossa cobiça são mais importantes que o perdão, que o amor, que o entendimento das deficiências e falhas dos outros; de forma alguma seremos capazes de obedecer e realizar a vontade de Jesus Cristo, o Senhor.
Agora, se compreendermos que estamos mortos, sem vida, que tudo o que temos não tem valor, não agrega, não soma, não é o melhor, é podre, que nos separa da vida de Deus; então, não teremos medo de abandonar, de rejeitar, de jogar fora.
A nossa cegueira, quando queremos manter os valores da natureza humana, é tão grande que não temos ideia do que estamos jogando fora, e o lixo que estamos escolhendo. Seria o mesmo que termos em nossas mãos um prato de lavagem (restos de comida) cheio de vermes, e alguém nos oferece um prato de comida limpa, preparada com a melhor carne, caviar, verduras mais exóticas, e nós, por não vermos o que está em nossas mãos, e nem o que nos é oferecido, mas “aparentemente” seguro, rejeitamos o que nos é oferecido. Escolhemos o podre em detrimento do saudável, do melhor, do perfeito.
Quando damos prioridade para a natureza humana, em detrimento dos valores e atributos de Deus, o que estamos de fato fazendo é o mesmo. Rejeitamos o melhor em detrimento do que está morto e sem vida.
Obedecer a Jesus, cumprir os seu mandamentos, está na nossa atitude de rejeitarmos a natureza humana, os valores que dominam os nossos desejos, fazermos morrer tudo isso, e deixarmos a vida de Deus que nos foi concedida no novo nascimento se manifestar através de nossos membros.
Quando Paulo escreve aos romanos para que cada um se oferecesse a Deus como um sacrifício, para que pudessem experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (romanos 12:1), ele estava falando destas escolhas que temos feito.
Rejeitemos, portanto, as obras mortas da natureza humana, e nos revistamos das obras de justiça que procedem da natureza de Deus, para que o nosso Senhor Jesus seja glorificado.