“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. ” (Efésios 2:10). “Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem se encobre a sua iniquidade aos meus olhos.” (Jeremias 16:17).
Como falta entendimento entre nós! Como falta compreensão da vontade de Deus e do seu desejo para as nossas vidas! Como temos sido ignorantes quanto ao conhecimento e compreensão da vontade de Deus para os homens! Precisamos rever os nossos caminhos, precisamos olhar para além de nós mesmos, nossos desejos e vontade. Precisamos compreender o que significa ser homem espiritual maduro. O que quer dizer maturidade espiritual! Não significa anos de conversão; pois podemos ter vinte, trinta anos e ainda assim, sermos muito imaturos, sermos crianças.
Existem pessoas que afirmamos que não conhecem a Deus que não experimentam da sua graça e nem da sua salvação, que “não tem Jesus no coração”, que não nasceram de novo, tem experimentado mais do agir invisível de Deus do que nós. Pessoas que fazem obras não para que possam “obter” a misericórdia de Deus, mas que tem ajudado o próximo, que tem se movido em favor do próximo, simplesmente pela alegria de servir, de ajudar, de suprir necessidade.
Como nós, “cristãos”, carecemos de entendimento e compreensão do que seja boas obras! Como precisamos parar de olhar para nós mesmos, para as nossas necessidades e nos mover em favor das pessoas, de suas necessidades!
Quando dizemos que não conhecemos a Deus, então, o que nos move são os nossos interesses, nossas necessidades, nossa vontade e o nosso querer. Não estamos preocupados com os outros, com suas necessidades. Não somos capazes de nos mover em favor das vidas e de suas necessidades. Somos dirigidos e guiados pelos nossos desejos, somos orgulhos, egoístas e arrogantes. Quando afirmamos que entregamos a nossa vida para Jesus, que confiamos nele como o único caminho para o Pai, como o Salvador e o Senhor de nossas vidas, então devemos viver e andar segundo a sua natureza. Ou seja, precisamos fazer morrer a natureza humana, para vivermos segundo a natureza de Deus, segundo o amor (ágape) de Deus. Se não fizermos morrer, então não experimentaremos a verdadeira vida de Deus. Quando compreendemos a natureza de Deus, seu amor (ágape) então passamos a ter o entendimento que precisamos andar como ele, e fazer as mesmas coisas que ele. Então nos movemos em favor das pessoas e das suas necessidades. Deixamos de olhar para nós, e olhamos para o que o mundo precisa. Ao fazermos isso, compreendemos o que significa ser criado em Cristo para as boas obras. Fazemos como atitude de amor (ágape), não estabelecendo condições, não impondo regras. Fazemos porque compreendemos que precisamos fazer, temos que fazer como filhos de Deus.
Até quando andaremos obscurecidos de entendimento? Até quando continuaremos a fazer as obras que criticamos? Até quando permaneceremos na nossa religiosidade hipócrita e não cumpriremos o mandamento de Jesus quanto ao amor, quanto ao realizar de boas obras? Precisamos rever o nosso conceito de ser “cristão”, de “amor de Deus”, pois estamos perdidos em nossos próprios interesses e filosofias, esquecendo o exemplo deixado por aquele a quem chamamos de mestre e Senhor.
As boas obras são simplesmente retrato do que somos. Podemos fazer sem entendimento, esperando algo em troca, ou podemos nos reconhecer em Deus, como seus filhos, e sermos seus imitadores. Ou podemos continuar na ignorância religiosa que vivemos achando que “boas obras” não é algo para nós, não é nossa responsabilidade e que devemos cuidar dos nossos próprios interesses e que não temos tempo para isso.