“Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo. Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso. Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação.” (2 Reis 5:10-12, BEARA).
Quantos de nós diante de situações semelhantes agimos da mesma maneira que Naamã? Quantos de nós, conhecendo o milagre e a obra realizada por Deus em nossas vidas, ainda continuamos a desprezar esta obra e continuamos a esperar por um milagre que já foi concedido? Quantos de nós clamamos pela libertação do pecado, pela transformação de nossas vidas e desprezamos a palavra e a obra já realizada por Deus? Ficamos simplesmente esperando que Deus faça mais, e o que compete a nós seria somente agir, como deveria agir Naamã.
Na sua segunda epístola Pedro escreve o seguinte: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,” (2 Pedro 1:3-4, BEARA).
Como negligenciar tão grande promessa e tão grande milagre? Mas como transforma esta verdade em realidade em nossas vidas? Nisto é que falhamos e temos a mesma atitude de Naamã. Esperamos algo mais, esperamos que Deus, de um dia para outro, nos mude completamente, e não compreendemos a obra e a forma de operar de Deus. Ter consciência da obra regeneradora, da transformação operada em nosso espírito é fundamental, pois morremos com Cristo para este mundo. Paulo nos fala, que devemos fazer morrer a natureza humana, Pedro escreve na sequência o que devemos fazer para termos uma vida irrepreensível diante de Deus e dos homens, revelando a natureza do criador. E o que esperamos? Esperamos o milagre para não termos que fazer escolhas, para não termos que fazer morrer a natureza humana.
Precisamos compreender que Deus não irá fazer escolhas por nós. O que ele fez, foi trazer, nos conceder, a libertação, através de Jesus, fazer-nos livre para escolhermos servi-lo, obedecê-lo e honrá-lo em todas as coisas. Mas o que fazemos? Ficamos na passividade e esperando que Deus faça o que nós temos de fazer.
Pedro escreve na sequencia: “por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. ” (2 Pedro 1:5-11, BEARA)
Precisamos de algo mais? Precisamos de mais milagre? Ou precisamos de atitude? De colocar em prática a promessa cumprida e o milagre já realizado?