Compaixão expressão da graça revelada na misericórdia

Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.” (Marcos 5:19, BEARA)

A compaixão, que é o sentir pena, dó pela situação de alguém, é o ser capaz de se colocar no lugar do outro, está associada a manifestação de misericórdia e graça. Não dá para andar desassociadas. Não podemos manifestar graça, misericórdia se não houver em nós compaixão. Precisamos compreender que a misericórdia é o ato de expressarmos a graça (favor imerecido), resultante de uma compaixão (manifestação em nós da pena, dó em favor de alguém, do nos colocar no lugar do outro). Podemos compreender este aspecto?

Podemos conhecer e termos o entendimento sobre graça; mas se não tivermos a compaixão, não seremos levados ao ato de misericórdia, como o nosso Deus revelou a nós outros.

A misericórdia é a manifestação da bondade em favor de alguém. Por isso, o ato de misericórdia somente se revela, quanto há a manifestação da compaixão, que é o se colocar no lugar, na pele do outro. Enquanto não temos esta compreensão da dor, da falta e da necessidade do outro, não externaremos a graça de Deus que é o agir em favor do outro, com ou sem qualquer tipo de merecimento.

A vontade do Senhor para as nossas vidas não é que compreendamos sobre sua graça somente, mas que sejamos levados a compaixão, e a compaixão despertando em nós a compreensão da situação daqueles que estão em nossa volta, nos leve a revelar atos de misericórdia.

Adianta declararmos graça sobre a vida das pessoas, se o instrumento para revelar a graça de Deus para com todas as vidas somos nós? Adianta falarmos de misericórdia se não revelamos em nossos atos a compaixão e a compreensão da miserabiliade dos outros e suas necessidades? Devemos falar de amor, se não agimos com misericórdia, e se não somos capazes nem de dividir a dor alheia?

Precisamos sair de nossa passividade, de nossa religião só de pensamento, de nosso amor só de palavras. Temos que abandonar o mesmo comportamento dos doutores da lei. Precisamos deixar de ser hipócritas religisosos. Necessitamos revelar em nossos atos o verdadeiro amor, a verdadeira graça, compaixão e misericórdia de nosso Deus para com todas as vidas, e não somente para os escolhidos.

Por isso, precisamos refletir sobre os nossos atos, sobre o que temos feito e como temos gastado o nosso tempo. Temos nos compadecidos dos órfãos em abrigos? Dos idosos em lares de acolhimento? Temos nos preocupado em levar conforto aos doentes? Temos feito visitas a hospitais? Como temos tratado os irmãos, amigos e conhecidos que passam pela dor da perda, por uma doença? Temos sido capazes de sentar e estar juntos, passar mesmo noite, simplesmente para consolar o seu coração? Ou temos sido indiferentes?

Se não temos sido capazes de revelar a graça de Deus nestas pequenas coisas, como revelaremos nos grandes atos? Como queremos ser usados por Deus, se não temos feito o mínimo? Onde queremos chegar como expressão do Deus que dizemos servir e a quem declaramos ser filhos e proclamamos que ansiamos por sermos semelhantes?

Por que perdemos tempo com “picuinhas”? Com coisas de pequeno valor espiritual, cujo propósito na maioria das vezes é satisfazer o nosso ego, nossos sentimentos e nossa vontade.

Precisamos fazer morrer a natureza humana, nossa vontade, precisamos tornar 2 Pedro 1:3-11 uma realidade prática em nossas vidas por causa do nome do Senhor e para a glória do seu nome.