Nossa luta – onde é o campo de batalha?

porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6:12, RA Strong).

Que entendimento temos desta passagem? Que compreensão temos quando Paulo fala que a nossa luta não é contra carne e nem sangue; mas sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes?

Se não tivermos um idéia clara onde se vence esta batalha e como se vence esta batalha de forma alguma saberemos lutar e como lutar; muito menos, teremos vitória sobre os principados e potestades. Onde é o verdadeiro campo de batalha? E como isto se reflete no mundo espiritual?

Uma coisa precisamos ter bem claro em nossas mentes: não lutamos contra pessoas e suas idéias, não são os nossos inimigos as pessoas; por isso ele fala que a nossa luta não é contra carne e nem sangue. Isto deixa bem claro, não lutamos contra as pessoas; elas são simplesmente vítimas, são instrumentos do princípes deste mundo para manifestar a sua vontade. São escravos do pecado, são escravos deste pensamento tão contrário a natureza de Deus.

Qual é o nosso papel? Como instrumentos de Deus recuperar, derrotar o inimigo no seu campo de batalha, recuperar as vidas e levá-las a obediência e a submissão a Cristo. Os atos que estas pessoas cometem, ou o que fazem no mundo, e até mesmo contra os filhos de Deus, não vem de sua livre vontade; mas sim, da escravidão a que estão submetidos.

Como livrá-las do pecado? Como levá-las cativas a Cristo? Como levá-las a obediência a Cristo?

Nisto está a verdadeira batalha que travamos, e esta luta não está no plano natural, não são com armas carnais (pensamento lógico, estratégias de marketing, sabedoria humana, etc) que levaremos as pessoas a Deus e que venceremos esta luta. Precisamos nos ver como instrumentos para que Deus realize a sua vontade.

Tendo o entendimento que não são pessoas, precisamos, agora, compreender que esta luta se inicia em nós, o verdadeiro campo de batalha está em nós, em nossa vidas. A medida que a libertação concedida por Deus se revela em nós, nos nossos atos, pensamentos e em nossas atitudes; então, não só estaremos revelando a vitória de Deus; mas sendo instrumentos para levar outras vidas a libertação e cativas a vontade do Pai.

Primeiro: precisamos lembrar que existem duas vontades no universo, a de Deus, e a do princípe deste mundo, e que estamos submissos a uma ou a outra. Quando submetemos a nossa vontade a vontade de Deus, quando morremos para nós mesmos, morremos para o que no mundo se chama de nosso “ego” para viver a vontade e o querer de Deus, entregando as nossas vida a Jesus Cristo, nós nascemos de novo, somos reconciliados com Deus. Neste momento, ocorre uma grande vitória no plano espiritual, uma vida resgatada para o reino de Deus.

Segundo: depois que fomos reconciliados, que o nosso espírito foi restaurado, que foi restabelecida a comunhão com Deus, que o Espírito Santo habita em nós, iniciamos a verdadeira batalha, onde deverá prevalecer a vontade de Deus em nossas vidas. O processo de santificação é esta luta, é o processo onde vamos retomando, em nossas vidas, o terreno que era propriedade de Satanás em nossas vidas, por estar submetido ao pensamento do mundo. Compreendemos isso? Quando agimos conforme o mundo, o que estamos dizendo, é que o pensamento do mundo é o que prevalece em nossas vidas; agora, quando mudamos a nossa forma de agir, mudamos a nossa forma de pensar; então, retiramos aquele terreno das mãos do princípe deste mundo e entregamos a Deus; ou seja, submetemos a vontade de Deus. A medida que fazemos esta caminhada, estamos, na realidade ocupando terreno que antes era de domínio de Satanás, e passando para o domínio do reino de Deus. Nossas vidas são transformadas. E esta transformação ocorre do interior para o exterior de nosso ser. Deixamos de revelar o valor do mundo, e passamos a revelar os valores do reino de Deus.

Terceiro: a medida que o controle de nossa vida, passa para o controle da vida de Deus, ou seja, manifestamos a vida de Deus em nós e através de nós; nós passamos a viver e a obedecer a vontade do Senhor. Quando obedecemos a vontade do Senhor, então revelamos os valores, os dons do Espírito, a vida de Deus, e a oração de Jesus, para que sejamos um, passa a ser realidade em nosso meio. Quando, mesmo na diversidade de pensamento, na diversidade de opinião, manifestamos uma vontade e um querer soberano que é o de nosso Deus, revelando a unidade desejada e pedida por Jesus Cristo ao Pai; então revelamos ao mundo a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Quando revelamos Jesus como Senhor e Salvador; então, como o próprio Jesus disse, o mundo creria nele. E isto não pelo que falamos; mas sim, unicamente, por revelarmos em nossos atos, aquilo que cremos. Revelamos a vida de Deus ao mundo; revelamos o que somos.

Como vencemos esta batalha, ai, sim, vem toda a armadura de Deus, como Paulo escreveu: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6:13-18, RA Strong).

Pedro também falou sobre isso, como vencer o mundo, em sua carta, quando ele dá o passo a passo do que temos que fazer: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio com o domínio próprio, a perseverança com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. ” (2 Pedro 1:3-11, RA Strong)