“A teu irmão não emprestarás com juros, seja dinheiro, seja comida ou qualquer coisa que é costume se emprestar com juros.” (Deuteronômio 23:19, BEARA). “Se emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar o penhor. Ficarás do lado de fora, e o homem, a quem emprestaste, aí te trará o penhor.” (Deuteronômio 24:10-11, BEARA). “Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr-do-sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado. ” (Deuteronômio 24:14-15, BEARA). “Não atarás a boca ao boi quando debulha. ” (Deuteronômio 25:4, BEARA). “Na tua bolsa, não terás pesos diversos, um grande e um pequeno. Na tua casa, não terás duas sortes de efa, um grande e um pequeno. Terás peso integral e justo, efa integral e justo; para que se prolonguem os teus dias na terra que te dá o Senhor, teu Deus.” (Deuteronômio 25:13-15, BEARA).
Por que achamos que ser somente misseiros e culteiros é suficiente? Por que achamos que cumprir com a nossa obrigação religiosa todos os domingos é o que agrada a Deus? Com esta atitude demonstramos de fato que não conhecemos a Deus e nem o princípio estabelecido pelo Senhor Jesus quanto ao cumprimento do que está prescrito. Quando Jesus disse que deveríamos exceder a justiça dos publicanos e fariseus, quando disse que deveríamos execer a lei, sobre o que ele estava falando de fato?
Se pensamos que é fazer mais do que eles faziam, jejuar mais, orar mais, pregar mais, ser mais frequente nos eventos religiosos, então, de fato, demonstramos que não entendemos o fundamento da natureza de Deus que é concedida a todo aquele que crê no nome de nosso Senhor Jesus e a sua vida entrega a ele.
Quando Jesus afirmou que os dois mandamentos mais importantes seriam: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e que destes dois, dependiam toda a lei e profetas, o que ele estava mostrando de fato?
O fundamento da natureza de Deus é o amor. Mas o que é o amor de Deus? Não podemos entender amor como um sentimento, como algo que sentimos e que faz vibrar todo o nosso corpo. Isto que chamamos de amor é sentimenteo da carne, oriundo da alma. O amor que procede de Deus está além de sentimento. Está fundamentado em ação, em atitude, em honrar e respeitar o próximo e glorificar a Deus em ações que traduzem o que falamos e pregamos.
A base do amor, do exceder a lei e os profetas, está na natureza de Deus, que recebemos dele de forma abundante pelo Espírito que em nós habita e nos ensina sobre toda a vontade do Pai para o nosso viver. Quando vemos a atitude de Jesus para conosco, de esvaziar de si mesmo, de não manifestar qualquer orgulho, arrogância, prepotência, de não se achar melhor que ninguém; mas se submeter inteiramente a vontade do Pai, vemos a expressão do verdadeiro amor. Jesus fez por nós, não porque merecíamos, não porque somos bons; mas simplesmente, como expressão do amor de Deus por nós. Tudo que passou e padeceu. Não existe qualquer expressão de prazer e alegria; mas atitude que demonstra toda a ação para querer que nós pudéssemos ser reconciliados como o Pai.
Nós deixamos de expressar e de exceder a justiça dos religiosos, quando não cumprimos este mandamento básico, quando não vivemos segundo este fundamento que é o amor de Deus manifesto e revelado a nós, e derramado de forma abundante em nossas vidas pelo Espírito. Quando agimos com usura, quando somos egoístas, quando somos orgulhosos, arrogantes, hipócritas, quando agimos com injustiça para com aqueles que nos servem, quando demonstramos ingratidão pelas ações dos outros, quando falamos mentira, quando praticamos em nossos negócios duas medidas, quando roubamos e enganamos, quando subornamos, o que de fato estamos fazendo? Sendo religiosos, sendo semelhantes aos da época de Jesus, e demonstrando que não conhecemos a Deus, que vivemos fora do propósito e vontade do Pai.