Sem visão, não existe direção

“Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz.” (Provérbios 29:18, BEARA)

“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” (Atos 20:24, BEARA). “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.” (2 Timóteo 4:7, BEARA). “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,” (Hebreus 12:1, BEARA).

O que é profecia? Não é o mesmo que os oráculos de Deus, ou seja a sua vontade expressa, o seu desejo para os homens, o que ele deseja de nós seres humanos, não é que nos submetemos a sua vontade? A profecia pode falar de coisas futuras, mas está muito mais relacionada ao presente a situação atual, sobre a moral, sobre as nossas atitudes com relação ao que seja a vontade de Deus. O profeta traz a direção o destino, o caminho que deve se seguir.

Por que se corrompe? Isto  ocorre pela falta de direção, pela falta de orientação sobre para onde ir? Não existe um padrão, uma meta a seguir.

Na vida de Paulo vemos isso de forma clara, ele tinha uma carreira, ele tinha uma meta, um objetivo pelo qual lutar. Quando o autor de Hebreus fala em correr a carreira proposta, de nos desvencilhar de tudo que nos impede de alcançar a vontade de Deus para as nossas vidas, ele está falando da mesma coisa. Temos uma meta, temos um objetivo pelo qual lutar, pelo qual correr; não podemos ficar perdidos sem uma visão, e portanto, sem direção. Nossa meta tem que ser: buscarmos, lutarmos e perseguirmos o ser semelhante a Jesus. Se formos semelhantes a Jesus em suas atitudes, em suas ações, no realizar do plano, seremos instrumentos úteis a Deus, caso contrário nos perderemos no caminho, nos desviaremos da sua vontade.

Quem já se sentiu nas coisas cotidianas, no andar em uma cidade, especialmente cidade nova, que não estamos acostumados com o sentido das ruas, ou como a cidade está organizada, perdido e sem saber que sentido tomar para alcançar certo destino? Ou muitas vezes acha que está indo em uma direção, quando vê voltou ao ponto de origem?

Quando isso ocorre é uma frustração geral, é um sentimento de tempo perdido, de ter que começar tudo novamente, não é? E na vida espiritual é diferente? Não. Isto que precisamos compreender, na vida espiritual não é diferente. Precisamos, primeiramente, saber para onde ir, ou seja termos uma visão. Precisamo compreender qual a razão de nossa existência. Precisamos ter algo norteia as nossas ações, como : o que cada um de nós desejamos ser? O que queremos neste mundo? É o nosso sonho ser semelhante a Jesus? Temos isto como objetivo de nossas vidas? O que fazemos nos levará ao que sonhamos?

Se desejamos ser um instrumento útil a Deus, se desejamos ser usados por Deus como é o seu desejo; devemos colocar o nosso coração na busca da visão que Deus tem para nós. E esta visão se resume em sermos semelhantes a Jesus. Precisamos, para chegar ao alvo, olhar as nossas ações e atitudes, analisarmos contra a realidade do que é Jesus, nosso exemplo, e como Paulo afirmou, esquecendo das coisas que para trás ficam, ou transformando a forma de pensar, ou como o próprio Senhor, por a mão no arado e não olhar para trás, tomar a cruz e seguí-lo. Portanto, fazer morrer a natureza humana é a pré-condição para sermos semelhantes a Jesus e sermos instrumentos úteis ao nosso Deus.

Precisamos ter visão, precisamos saber onde temos que chegar; mas mais que isso, precisamos constantemente olharmos se estamos indo na direção correta, e o que fazemos nos levará onde desejamos chegar. Isto para não sermos surpreendidos com a seguinte situação: “nunca vos conheci, apartai-vos de mim”. Portanto, não podemos ser religiosos, e querermos agradar a Deus para recebermos algo; mas sermos movidos pelas verdaderias motivações oriundas da natureza divina que nos é dada em Cristo.