“Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.” (João 5:5-7, BEARA).
Quantos de nós e em que situações já nos vimos e nos vemos na mesma do homem e respondemos como ele? Jesus questionou se queria ser curado. Qual deveria ser a sua resposta? Sim, quero, ou não, não quero. Mas o que ele fez? Começou a justificar porque estava ali a trinta e oito anos e nunca tinha recebido a cura.
O Senhor está preocupado com as nossas desculpas? Com as nossas dificuldades e os impedimentos que temos de receber a verdadeira cura que ele nos propicia na cruz? Ele está preocupado por estarmos a três, cinco, dez, vinte ou trinta anos querendo serví-lo? Não, ele não está. O que ele deseja saber é: desejamos receber a cura?
Queremos receber a cura? Queremos ser transformados? Queremos experimentar o verdadeiro propósito de Deus para as nossas vidas? Mas de que forma? Da nossa forma? Da forma como achamos ser a correta e única? Estamos abertos para receber a cura conforme ele pode nos conceder? Somos capazes de esvaziarmos de nós mesmos, nossa vontade e desejo para receber a cura como ele deseja nos conceder?
Do que deve consistir a nossa vontade? Qual deve ser o objetivo de nossas vidas? Como devemos andar? Queremos de fato servir a Deus? Queremos ver o seu nome glorificado através de nossas vidas e da vida da igreja, a noiva de Cristo?
A verdadeira cura, a vida transformada, o modelo, o ser cristão é o desejo de Deus para as nossas vidas. Ele quer que sejamos transformados, que revelemos a sua natureza, que em nossos atos expressemos o verdadeiro amor, adoração e vida que glorifica o seu nome. Ele quer que tenhamos em Cristo Jesus o modelo a ser seguido, o padrão de vida que devemos levar, a forma como devemos andar neste mundo. Mas como tornar isto realidade? Como não ficar magoado, não ficar ofendido, não ter o orgulho ferido? Como ter em Jesus o exemplo e modelo a ser seguido? Esta é a verdadeira cura que precisamos tomar posse; pois Deus já nos concedeu na cruz. Se queremos viver e fazer a vontade do Pai, devemos ter a mesma atitude de Jesus. Devemos morrer na cruz. Morrer para o que somos, para o que desejamos, para os nossos sonhos, para que vivamos a vontade de Deus, para nos submeter ao seu querer, para sonharmos os sonhos que são de Deus.
Se queremos ter as mesmas atitudes de Jesus, precisamos, morrer para os nossos sentimentos humanos, reconhecer que fomos crucificados na cruz com Cristo, e o orgulho, a arrogância, a vontade própria, o amor que exige, o amor que cobra, não façam mais parte de nossa natureza. Não podemos deixar que o egoísmo, o orgulho, o chamado “amor próprio”, sejam dominantes em nossas vidas e que dirijam as nossas atitudes; mas sim, o amor, a compaixão, a graça que procedem do trono de Deus. Na morte, na nossa morte, na cruz é que encontramos a verdadeira cura para o homem interior, para que ele se revele através de nossos corpos mortais que já está condenado por causa do pecado.
Recebamos a cura, não querendo preservar a nós mesmos e as nossa vidas; mas recebamos como Deus tem concedido. Usufruamos do melhor da vida de Deus, experimentemos a nossa morte na cruz, para que a vida de Deus se revele através de nós para a glória do seu nome. Não como queremos, não como desejamos, mas sim como ele quer, como ele tem, como tem concedido. Clamemos pela cura; mas pela cura conforme Deus tem concedido e não como queremos receber. Desejemos ardentemente a cura que o Senhor tem para nós.