Toda injustiça é pecado

Toda injustiça é pecado, e há pecado não para morte.” (1 João 5:17, RA Strong).

Para compreendermos porque toda injustiça é pecado, precisamos compreender o que seja a justiça de Deus; pois a justiça dos homens nós conhecemos, compreendemos e defendemos. A justiça de Deus tem outra medida. Sua justiça ultrapassa qualquer base de compreensão humana e aceitação, considerando os aspectos de egoísmo, inveja, cobiça, orgulho e arrogância que permeiam a justiça humana.

Na justiça humana, compreendemos que a punição, o banir, o eliminar, o excluir. Quando alguém transgride a regra, deverá, em nossa opinião ser punido, condenado, separado, quando não enfrentar a própria morte. Mas e na justiça divina, que deve permear as nossas vidas como filhos de Deus, qual a característica que a mesma tem? Também deve haver a punição, a condenação, a morte?

Como Deus revela a sua justiça ao mundo? Condenando e punindo? Excluindo? Proclamando a separação sem qualquer ato de misericórdia e graça? Ou procede Deus de forma inversa, dando a solução, provendo o meio, trazendo a solução, reconciliando, incluindo, restaurando, sarando, compartilhando e concedendo o que necessita, dando da sua natureza? Na carta aos coríntios, Paulo expressa de forma especial sobre a justiça de Deus: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:18-21, RA Strong), e na carta de Pedro vemos a expressão maior da justiça de Deus revelada aos homens: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,” (2 Pedro 1:3-4, RA Strong)

Nisto compreendemos a justiça de Deus. Ele não exclui, inclui. Não condena, provê o meio e a forma de livramento da condenação. Não nos deixa a mercê de nossas fraquezas e incapacidade, mas nos capacita, nos concede tudo para vivermos como lhe agrada e nos concede de sua natureza. Não separa de nós, mas se une a nós, fazendo em nós morada, dando-nos do seu Espírito, nos ensina e nos guie em toda a sua vontade. Não nos deixa sem conhecimento e capacitação; mas derrama graça, amor em abundância; nos ensina, nos conduz e nos faz lembrar de toda a sua palavra. Transforma coração de pedra em coração de carne. Nos leva a amar como ama, a fazer o que faz, a nos portar e conduzir, conforme Ele e sua natureza.

Esta é a justiça de Deus. Justiça que inclui, compartilha, divide, junta, fortalece, capacita, revela paciência, longanimidade, bondade, graça e amor ilimitado. Nos leva a viver segundo o seu coração, sua vontade e o seu querer. Deseja que não sejamos religiosos, que não sejamos pessoas que excluam, mas sim que haja da mesma maneira que Ele.

Sejamos exemplos, vivamos e pratiquemos a justiça de Deus, não a dos homens. Somos sal nessa terra, mudemos o mundo, pelo nosso agir, expandindo as fronteiras do reino, levando a justiça divina.