“Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice, e as minhas culpas não te são ocultas. Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, ó Senhor, Deus dos Exércitos; nem por minha causa sofram vexame os que te buscam, ó Deus de Israel.” (Salmos 69:5-6, BEARA).
Por que não enxergamos as ofensas, as atitudes que magoam, os nossos erros cometidos contra as pessoas que nos rodeiam, contra nossos amigos, colegas, familiares e membros do corpo de Cristo? Quem pode nos dar o discernimento e olhos para vermos nossas atitudes ignorantes? O que seria capaz de fazer com que mudássemos as nossas atitudes e posturas para com o nosso próximo?
Somos capazes de enxergar os erros dos outros, as suas falhas; mas não somos capazes de enxergar as nossas próprias, é como se as mesmas estivessem oculta, nós ficamos cegos para os nossos erros. Por que isso acontece? Esta questão está tão entranhada em nós, faz parte da nossa natureza, e está na própria manifestação do pecado do homem.
Não somos capazes de olhar para nós mesmos e reconhecermos os nosso pecados e transgressões contra as pessoas, mas somos capazes, de transferir os nossos erros e falhas para os outros. Somos capazes de humilhar e transferir a nossa culpa, como se os outros fossem responsáveis pelas decisões e atitudes que tomamos. Não foi o que Adão fez? “Essa mulher que o Senhor me deu”, ou como Eva falou? “A serpente me enganou”. Ou nós no nosso dia a dia: “O fulano de tal foi quem falou”, “o pastor que disse”, “a ciclana que mandou fazer”. Nós não assumimos, procuramos fugir de nossa culpa e nossos erros, ou, como Jesus disse, precisamos antes retirar a trave que está em nossos olhos, para depois pensarmos no cisco que está no olho de nosso próximo.
Como retirar a trave de nossos olhos que nos impedem de enxergar os nossos erros e falhas, que aparentemente nos são ocultas? Pela nossa atitude perante as promessas de Deus. Pelo reconhecimento e ato de fé daquilo que Deus fez e o operou em nós.
Para retirarmos a trave de nossos olhos, precisamos morrer para nós mesmos, para a nossa natureza humana. Enquanto houver o orgulho, a arrogância, a prepotência em nossas vidas não enxergaremos as nossas falhas e erros. Por que? Porque o orgulho não nos deixa enxergar e assumirmos as nossas falhas.
Por que magoamos, ofendemos as pessoas? Porque as desprezamos, como desprezamos os seus pontos de vista, achamos que não são capazes de pensar, de avaliar da melhor forma possível a situação e tomar a decisão correta. Magoamos quando falamos, não reconhecendo na pessoa alguém semelhante a nós; mas sim, como alguém inferior.
Paremos e pensemos sobre isso! Não é verdade? Não existe fundamento? Somente magoamos quando não amamos, quando não vemos os outros como iguais a nós; pois se assim fizéssemos, então ajudaríamos e não ofenderíamos, aceitaríamos a opinião diferente, o ponto de vista que não é o mesmo que o nosso. Quantos de nós somos capazes de pensar da mesma forma? Nenhum, pois cada um tem uma experiência de vida, e esta, trás para cada um ponto de vista diferente; pois sempre olhamos as mesmas coisas de forma diferente e tudo baseado na nossa experiência de vida.
O respeito, a honra, o amar uns aos outros se revela na forma com tratamos os pontos de vistas diferentes. O quanto somos capazes de aceitar, de honrar e respeitar o que o outro é. Paulo fala sobre isso de forma especial e ele usa o termo mais fraco na fé. Mas quando enxergaremos que o outro, está espiritualmente mais maduro que nós? Dificilmente. Por isso, precisamos aprender a respeitar a opinião, o ponto de vista.
A questão não é o ponto de vista, o pensar diferente de cada um nós; mas sim, a nossa atitude perante o ponto de vista do outro. As nossa atitudes refletem o quanto somos maduros espiritualmente, o quanto temos andado segundo o coração e natureza de Deus.
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