João em sua primeira carta afirma: ” Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.” (1 João 3:2-3).
A consciência, a compreensão de quem somos que deve nortear-nos na jornada de tornar santo o procedimento, de corrermos a carreira proposta. A santificação não deve ser vista como um resultado de algo, como algo que alcançamos, mas sim, como expressão do que somos. Santificamos os nossos atos porque somos santos, somos filhos e recebemos da natureza de Deus. Não deixamos que a natureza humana nos domine, mas fazendo-a morrer, nos sujeitamos à vontade do Pai para expressarmos a Sua vida.
A motivação que deve direcionar a nossa vida rumo ao propósito de Deus deve ser algo claro para nós. Fazemos algo porque somos, e não para sermos, não é para alcançar resultado, obter algum mérito, mas simplesmente para expressarmos quem somos.
A purificação dos atos, o santificar, está no fato de tomarmos consciência que algo não é agradável a Deus, e então, fazendo morrer a natureza humana, tomando a cruz, rejeitamos a prática do pecado. Quando temos a consciência deste fato, que somos filhos, então, temos a convicção que como filhos não podemos continuar a fazer o que desagrada ao Pai. Toda expressão da vontade do Pai está expressa em Sua palavra. Ele nos concede o entendimento e o conhecimento para andarmos segundo o Seu coração, nos convoca como filhos a compreender e a sujeitar o Seu querer, para experimentarmos o melhor da vida que Ele tem para nós. Jesus se manifestou para tirar o pecado, e quem permanece nele não vive na sua prática (1 Jo 3:4-6), pois quem o pratica, quem permanece na sua prática, realidade procede do Diabo, não conhece ao Senhor. Se conhecemos ao Senhor, não podemos permitir que a natureza humana domine a nossa vontade de sujeitar e obedecer ao Pai, porque somos nascidos de Deus (1 Jo 3:8-9).
E assim podemos observar outros aspectos de permanecermos em Deus ou não, como: odiamos ou não as pessoas? Pois quem odeia não permanece em Deus e é assassino (1 Jo 3:15).
E um outro fator de nossa vida que devemos compreender é que se somos de Deus, o Seu amor foi derramado em nossa vida pelo Espírito Santo, e recebemos deste amor para revelar, manifestar e expressar ao mundo, assim como a graça salvadora de Deus. Quem ama é capaz de dar a vida pelos outros, se oferecer como sacrifício em favor do outro para que conheça, para que cresça e experimente uma vida madura diante de Deus. E se alguém padece de necessidade somos capazes de suprir sem questionar ou mesmo pensar se poderá faltar, repartir faz parte da vida daqueles que conhecem a Deus (1 Jo 3:16-17).
A verdadeira expressão de conhecer a Deus, de permanecer Nele está no fato de que expressamos o conhecimento de Deus pelo que fazemos, pela prática e não somente por palavras. Não pensamos e nem defendemos o nosso interesse, mas agimos e nos sacrificamos em favor do outro (1 Jo 3:18).
Quando fazemos estas coisas com a motivação voltada para os valores de Deus e não para o nosso reconhecimento e louvor, quando não temos expectativas de retorno, mas unicamente como forma de expressar a vontade e as virtudes de Deus, então, confirmamos pelas obras que temos realizado a vontade do Pai. Não podemos amar só de palavras, mas sim, temos que fazê-lo de fato, como Tiago fala, através das obras, pois vivemos por fé, e a expressão da fé se materializa no que fazemos. Quando realizamos a obra de Deus, então, materializamos a realidade espiritual, e assim não permanecemos no pecado.