Desprezando o reino!

Talvez não compreendamos o que seja desprezar; mas o seu significado está relacionado a: desdenhar, menosprezar, não dar importância, não valorizar. Então fica a pergunta: no que temos desprezado o reino de Deus?

Quando cuidamos dos nossos interesses, quando olhamos para os problemas e dificuldades dos outros e não fazemos o que precisamos fazer, e isso, simplesmente, porque os outros não fazem. Quando achamos que as coisas não são como deveriam ser, por culpa dos outros. Quando responsabilizamos os outros pelos problemas, pelas falhas e pelo fato da igreja não cumprir o seu papel.

Até quando vamos achar e vamos considerar que os outros são responsáveis pela situação presente? Pela igreja não ser como a igreja de atos? Pelos cristãos não serem os cristão como descrito no livro de atos dos apóstolos? Por que os líderes não são como os líderes no início da igreja? Até quando vamos continuar a apontar os outros como responsáveis pela nossa situação e que eles não fazem o que precisa ser feito?

Até quando vamos continuar a olhar o cisco no olho do outro? A culpar o outro? A transferir responsabilidade por aquilo que é a nossa obrigação natural?

Quando Jesus afirmou que a seara estava pronta e que precisa de trabalhadores e que era para clamar por mais trabalhadores, por que temos nos excluído desta obrigação de sermos cidadãos do reino, membros do corpo, parte da família de Deus e responsáveis por revelar as virtudes do reino? Ele disse: “E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (Mateus 9:37-38). Onde nos posicionamos? Como aqueles que têm revelado o reino de Deus no que fazemos, temos plantado, regado e colhido? Ou temos deixado isso para outros, e continuamos a viver as nossas vidas, achando que a “salvação” é o suficiente, o crer em Deus é tudo, e que este negócio de viver o reino, de santificação, não tem nada a ver conosco?

Para ser frutuoso, para manifestar o reino requer santificação, requer posicionamento, abandono na natureza humana egoísta. Temos que nos posicionar como aqueles que receberam da graça e toda a capacitação de Deus. Não só isso, mas nos empenharmos, zelosamente, para revelar em nossos atos a vida, natureza e a graça de Deus, seguindo as orientações de Pedro: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:3-8, BEARA).

Não dá para deixar o reino para outros viverem e fazerem a vontade de Deus. Não é responsabilidade dos outros, é sim, e, primeiramente, nossa, de cada um de nós. Não podemos apontar os defeitos dos outros; temos que olhar os nossos, e assim, santificar os nossos atos; ou seja, adequá-los, pela capacitação recebida, aos valores do reino. Isto requer a morte da natureza humana, o rejeitar os nossos valores e adotar os valores do reino. Precisamos mudar a nossa atitude, mudar a forma de pensar. Ser filho de Deus!